Teria sido picado pela mosca azul, mas desistiu
Ascom OAB , Salvador |
03/10/2013 às 09:50
O presidente da OAB da Bahia, Luiz Viana Queiroz, negou nesta quarta-feira (02) que vá se filiar a partido político para concorrer às eleições ao governo da Bahia em 2014, como vêm cogitando jornalistas e colunistas políticos em jornais e blogs de Salvador.
De Brasília, onde participou das comemorações pelos 25 anos da Constituição de 1988, organizada pelo Conselho Federal da OAB - onde seu avô, o ex-governador Luiz Viana Filho, foi homenageado como senador constituinte de 1988 - o presidente da Seccional da Bahia divulgou o artigo "Compromisso com a Advocacia: Paixão, Coragem e Esperança", onde afirma ser "grato a todos que pensaram em meu nome, mas, como se pode ver, este é tempo de compromisso com a advocacia", pondo fim às especulações.
Confira a íntegra do artigo:
COMPROMISSO COM A ADVOCACIA: PAIXÃO, CORAGEM E ESPERANÇA
Aprendi com a tradição de minha casa que "todas as coisas têm seu tempo" (Ecl 3,2). Passados nove meses que assumimos juntos a direção da OAB da Bahia, eu e meus companheiros já estamos colhendo frutos, mas ainda é tempo de semear.
Foram tão demasiadas as coisas que parte da sociedade política baiana passou a cogitar meu nome para filiação a partidos políticos e eventual candidatura em 2014. Recebi surpreso mas honrado as cogitações. Todos que como eu amam sua terra só podem tomar com seriedade expectativas que apontem para projetos que visem o bem comum.
A OAB da Bahia recuperou sua voz na sociedade civil e voltou a estar inserida nas altas discussões que envolvem a advocacia e o Estado Democrático de Direito, porque é simultaneamente entidade de classe e instituição constitucional. Daí tantas as frentes de atuação, como, por exemplo, a defesa de nossas prerrogativas, a proposta de piso salarial, a revisão da tabela de honorários, a aquisição de sede própria para a OAB de Ilhéus, o aparelhamento de diversas salas de advogados nos foruns, ou, igualmente, a recusa a toda sorte de discriminação às mulheres, aos homossexuais ou aos negros, a critica à forma de implantação do PJe, a atuação firme em favor das manifestações democráticas e contra as prisões ilegais, a recuperação da verdade, o enfrentamento da crise do Judiciário baiano, a eleição direta para a formação da lista sêxtupla para desembargador.
O trabalho envolve centenas se não milhares de advogados e advogadas em todo o estado, que, voluntariamente, continuam a carregar a bandeira da OAB, entre os quais sou apenas mais um. O ciclo solar insiste que tem 24, mas nós trabalhamos 48 horas por dia. E dentro dessas horas de trabalho dedicado voluntariamente à classe, ainda colocamos a barriga no balcão, cansando o corpo mas alegrando o espírito na sagrada missão de advogar.
A gestão compartilhada multiplica participantes, agrega valor e dilui responsabilidades. Na OAB da Bahia há lugar para todos, absolutamente todos, que queiram contribuir.
Mas se já fizemos muito, há muito ainda por fazer. Estamos iniciando a informatização total dos processos e da administração da sede, a criação de uma TV OAB, a expansão da ESA e de seus cursos presenciais e tele presenciais, a construção de sedes para as Subseções e salas em todos os foruns, e, ainda, a consolidação do sistema de defesa das prerrogativas e a grande articulação de todas as entidades que compõe o sistema de justiça estadual para planejar e encontrar soluções para a crise do Judiciário baiano.
Essas cogitações do nome do presidente da OAB da Bahia para contribuir no processo político que se avizinha demonstra credibilidade da instituição, respeitabilidade pessoal e sucesso da gestão que implementamos. Sou grato a todos que pensaram em meu nome, mas, como se pode ver, este é tempo de compromisso com a advocacia.
Um tempo de paixão, coragem e esperança. Paixão pela advocacia, coragem de lutar pela igualdade e pela liberdade, - tábuas de nossa vocação, na lição de Ruy, e esperança de que nosso trabalho não seja em vão.
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