Julgamento aconteceu em Ruy Barbosa
Tasso Franco , da redação em Salvador |
18/09/2013 às 11:32
Sete acusados no caso New Hit foram ouvidos ontem, 17, pela juíza Márcia Simões durante as quase 12 horas que durou a audiência de instrução realizada no Fórum da cidade de Ruy Barbosa, a 300 km de Salvador. O cantor da banda, extinta recentemente, Eduardo Martins Daltro de Castro Sobrinho, preferiu manter silêncio, afirmando que não tinha nada a acrescentar ao testemunho registrado na delegacia de polícia. Ele e o ex-percussionista John Ghendow se negaram a responder as perguntas da promotora de Justiça Marisa Jansen, autora da ação penal. Além do cantor e de John, foram interrogados Edson Bonfim Santos (ex-sócio do grupo); Jefferson Pinto dos Santos (produtor técnico); Alan Aragão Trigueiros (ex-dançarino); Guilherme Augusto Campos da Silva (ex-dançarino) e Carlos Frederico Santos de Aragão (policial militar).
Eduardo é acusado com outros oito ex-integrantes da banda e mais o PM por estupro de duas adolescentes de 16 anos no dia 26 de agosto de 2012, dentro do ônibus do grupo, depois de um show realizado na cidade. A promotora Marisa Jansen afirmou que o silêncio em relação às perguntas da acusação é “um indicativo veemente de que há um receio de a verdade real, já devidamente comprovada pelo conjunto probatório trazido para os autos, vir a ser confessada pelos réus”. A promotora explicou, no entanto, que o silêncio é um direito que assiste a qualquer acusado. Amanhã, a partir das 8h30, deverão ser ouvidos os últimos três denunciados: Michel Melo de Almeida, Weslen Danilo Borges Lopes e William Ricardo de Farias.
Segundo informações do laudo pericial emitido por peritos da Coordenação de Genética Forense, do Laboratório Central de Polícia Técnica da Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP), o perfil genético de Eduardo foi identificado no sêmen coletado na roupa íntima de uma das supostas vítimas, enquanto nas vestes da segunda adolescente foi constatado material genético de outros cinco acusados: Alan, Edson, Weslen, Michel e William.
Pela manhã, compareceram à audiência Edson, Jefferson e Alan. Edson apenas confirmou o depoimento dado, no último dia 3, quando a audiência foi adiada a pedido dos advogados de defesa, que alegaram clima de insegurança à integridade dos seus clientes, após relatos de ameaças e agressões verbais de populares contra eles. Pela tarde, foram ouvidos Eduardo, John, Carlos e Guilherme. Os acusados foram interrogados pela juíza e pelas partes de acusação e defesa sobre detalhes do acontecido dentro e fora do ônibus, a exemplo de quantas pessoas permaneceram ou teriam adentrado o veículo na madrugada do suposto crime.