Direito

PROTESTOS CONTRA OAS E GAFISA para receber imóveis em atraso

Proprietários de apartamentos na Av. Paralela fazem protesto na região
G1 , Salvador | 06/07/2013 às 15:09
Moradores que compraram imóveis na Av Paralela estão sem receber e já pagaram
Foto: G1
Dezenas de pessoas que compraram apartamentos em um condomínio da Avenida Paralela, em Salvador, fizeram um protesto na manhã deste sábado (6). Com faixas e cartazes, os manifestantes se queixam do atraso na entrega dos imóveis, que em alguns casos, já chega a dois anos.

Segundo os moradores, além do atraso, eles não têm acesso ao imóvel para fazer vistoria, e existem áreas comuns que ainda estão inacabadas. Os apartamentos custam entre R$ 250 mil e R$ 1 milhão, e por causa da demora, algumas famílias estão morando de aluguel.

Só no mês passado,  Arlei de Jesus teve acesso ao imóvel, que comprou na planta em novembro de 2008 e tinha entrega prevista para março de 2011. O engenheiro civil diz que já investiu mais de R$ 70 mil com o atraso de mais de dois anos. Na vistoria em junho, ele observou muitos problemas no apartamento.

“Encontrei vários serviços pendentes, nas áreas comuns, nas áreas de escada, circulação. Não tenho expectativa de quando a obra vai terminar porque eles não dão uma posição pra gente. Tudo o que eu trabalhei desde que me formei foi para ter meu apartamento, e até hoje eu não tive o direito a entrega", explica Arlei de Jesus.

O contador Luis Arnaldo diz que já investiu mais de R$ 300 mil, mas não recebeu da OAS Gafisa uma previsão para a entrega das chaves. “Segundo eles, falta agora entregar a parte comum, que está com problemas. Eles não deram nenhum prazo”, explica.

“Foi escolhido um síndico e um conselho fiscal. Nós procuramos uma empresa para administrar o condomínio e essa empresa teria que procurar outra empresa para vistorias as áreas comuns, porque as áreas privadas nós já vistoriamos. Essa empresa pediu mais 30 dias de prazo para nos entregar um laudo, para entregarmos a OAS e eles fazerem os reparos que ficaram pendentes”, explicou o empresário Eládio Barreto, proprietário de um dos apartamentos no condomínio.

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Ao todo são 954 famílias que compraram apartamentos de 1, 2 e 3 quartos. Cem compradores entraram na Justiça contra as construtoras. Em junho, 30 compradores tiveram a primeira vitória na Justiça. Foi concedida uma liminar garantindo o direito a aluguel mensal de 1% sobre o valor do imóvel até a entrega da chave, mas a liminar não está sendo cumprida.

“Além da reparação judicial que já está sendo buscada no âmbito judicial, eles estão buscando aqui se manifestar porque eles querem mais do que a indenização. Eles querem respeito e acima de tudo, querem receber os imóveis que eles compraram”, explica o advogado Henrique Guimarães.

Segundo a assessoria de imprensa da construtora, a instalação do condomínio está prevista para o dia 25 de julho, quando acontecerá a entrega dos imóveis. A liminar concedida pela Justiça determina uma multa diária de R$ 500 em caso de descumprimento, mas segundo o advogado dos moradores, a construtora recorreu da decisão.