Os seis policiais envolvidos no Caso Maicon, em Vitória da Conquista, situada a 509 km de Salvador, foram denunciados hoje, dia 21, pelo Ministério Público estadual. Todos responderão por ocultação de cadáver, sendo que três deles também foram acusados de praticar homicídio qualificado por motivo torpe. A denúncia foi protocolada pelo promotor de Justiça Carlos Robson Oliveira Leão no Fórum João Mangabeira e o processo agora deverá ser encaminhado para a Vara do Júri.

Os policiais, que também respondem a processo administrativo na Corregedoria da Polícia Militar, foram indiciados porque em dezembro do ano passado atiraram em um grupo de garotos, que retornava de uma lagoa próxima ao Conjunto Habitacional Vila Bonita/Vila Sul em Vitória da Conquista, o que culminou na morte de Maicon Batista Braga e no sumiço do seu corpo. Segundo o promotor de Justiça, consta do inquérito policial que no dia do ocorrido, Erlando Salves de Souza Júnior, Danda, Orelha Seca e Coxinha teriam obrigado Luanderson Gomes a acompanhá-los até um matagal onde começaram a espancá-lo em razão de divergências.

A polícia foi acionada a partir de informações de que um grupo de traficantes sequestrara Luanderson com a intenção de espancá-lo. Sem saber do ocorrido, as crianças Maicon, Micael Batista Braga, Renan Oliveira Avelar, Iuri Olegário e Juan Pablo Oliveira Avelar retornavam de uma lagoa onde brincavam e acabaram passando próximo ao local, ficando na mira dos policiais que se posicionaram para visualizar o espancamento e imaginaram que as crianças fossem as autoras da ação perpetrada contra Luanderson, passando a efetuar disparos que acabaram atingindo Maicon que, ao contrário dos amigos não teve condição de se proteger e fugir, sendo sua falta notada depois.

Na ação onde consta que o sangue colhido na área é compatível com o da mãe de Maicon, Hosana Lima Batista, também consta que os tiros foram disparados pelos policiais Kleber Jackson Rodrigues da Silva, Josias Nascimento Libarino e Pablo Manoel Almeida Borba, que vão responder por homicídio qualificado e ocultação de cadáver. Após o episódio, eles isolaram a área por mais de duas horas e a família só teve acesso ao local com a chegada de um tenente, após a ocultação do cadáver, informa o promotor de Justiça na denúncia. Por ocultação de cadáver, responderão os PMs Warley Lopes Santos, Matheus Queiroz de Oliveira e Agenaldo Gama Silveira Júnior.