Mais de sessenta remoções foram realizadas sem nenhum substrato ou estudo. Para qualquer empresa a simples proposta já resultaria em sérios prejuízos.
Ascom Sindpeb , Salvador |
11/03/2013 às 12:13
Delegada Soraia Pinto diz que "é preciso respeitar da nossa atividade"
Foto: BN
O Sindicato dos Delegados de Polícia da Bahia - SINDPEB, com o firme propósito de defesa dos princípios da Polícia Judiciária baiana e conseguinte do exercício funcional dos associados Delegados, vem a público expor sua divergência, em face aos atos de remoção que atinge a gritante marca de sessenta, publicados recentemente no DOE – Diário Oficial do Estado da Bahia.
Antes, é necessário esclarecer que nosso intento não é dirigir personificação a crítica, mas tão somente respeitar o mister da nossa atividade fim, servir a sociedade na prevenção e combate a criminalidade.
Não pretendemos ensinar fórmulas de combate a violência, especialmente àqueles especialistas na matéria. Entretanto, em face dos últimos acontecimentos titulados “dança das cadeiras”, se impõe necessário afirmar que decisões não devem ser tomadas para aplacar tão somente o clamor público, ou para justificar a permanência de gestores. O que precisamos é de seriedade e de respeito, devemos sim mudar métodos, mas com ações planejadas e sérias, baseadas em estudo com sustentação e lastro técnico, suficientes para realizar as mudanças que sejam imprescindíveis; ao revés, o resultado danoso é assegurado.
Mais de sessenta remoções foram realizadas sem nenhum substrato ou estudo. Para qualquer empresa a simples proposta já resultaria em sérios prejuízos.
No que tange a atividade policial, esta decisão pode acarretar abissais perdas nas investigações em curso. Novas equipes terão de ser formadas ou reformuladas. Operações se iniciarão do zero. Na análise de risco esta realidade foi desprezada . As remoções realizadas somam a, pelo menos, mais cinco realizadas pelos últimos três representantes da pasta, ressalte-se, em período inferior a 6 anos.
Esta conjuntura confirma o fato de que nossas instituições policiais têm servido de laboratório, cujos experimentos se apresentam ineficazes na solução de tão grave realidade.
Externamos que nós policiais lamentamos por nossas instituições e pela população baiana, que é destinaria final de nosso trabalho, esta espera e merece mais.
Ressaltamos que os delegados que deixaram seus cargos e aqueles que assumiram são competentes, e esperamos que fortes o suficiente para assegurar que a Polícia Civil não seja carcomida em sua base, que somos todos nós policiais.
Fazemos coro às vozes dos parlamentares, do povo e de todos os policiais que esperam argumentos, que de fato, possam explicar o que aparentemente não tem explicação.
Soraia Pinto Gomes
Presidente do Sindpeb.