O Ministério Público do Estado da Bahia sediou na manhã desta quinta-feira, dia 21, audiência pública da Comissão Parlamentar de Inquérito da Câmara de Deputados, que investiga o tráfico de pessoas no Brasil.
Os integrantes da CPI estão na Bahia para colher informações sobre a adoção de crianças no município de Monte Santo, localizado a 352 km de Salvador. Com a colaboração do MP, que, atendendo solicitação da Comissão, cedeu espaço para realização da audiência e forneceu informações importantes sobre os processos de adoção de cinco crianças de Monte Santo, os deputados federais realizaram a oitiva de Carmen Topschall, suspeita de envolvimento na adoção irregular das crianças baianas.
O trabalho de investigação do caso está sendo realizado pelo MP de forma afinada com a CPI, que, em outubro de 2012, recebeu, em Brasília, promotores de Justiça baianos para esclarecerem alguns detalhes relativos às adoções. Hoje, os promotores de Justiça Ariomar Figueiredo, Luciano Taques Ghignone, Mônia Lopes, Patrícia Fernandes, Carlos Augusto Brito, Márcia Guedes e Antônio Luciano Assis apresentaram mais informações sobre as investigações aos deputados federais que integram a CPI: Arnaldo Jordy (presidente), Flávia Morais (relatora), José Augusto Maia e Luiz Couto. Também participaram da audiência os deputados Nelson Pelegrino, Luiza Maia e Yulo Oiticica, a secretária estadual de Políticas para as Mulheres, Vera Lúcia Barbosa, e os representantes da Secretaria de Justiça, Cidadania e Direitos Humanos, Ricardo Maurício, e da Segurança Pública, Emília Blanco.
Segundo o promotor de Justiça Ariomar Figueiredo, o Ministério Público tem procurado combater, com total dedicação, as organizações criminosas. O tráfico de pessoas, destacou ele, está entre as atividades de muitas dessas organizações. Por isso o MP continuará envidando esforços para que o trabalho da CPI, neste estado, seja desenvolvido da forma mais regular e eficaz possível, ressaltou o promotor de Justiça. Para o presidente da CPI, deputado Arnaldo Jordy, o trabalho de investigação que está sendo realizado pelo MP baiano é “de fundamental importância”. “Sem o MP, a própria CPI estaria limitada para exercer as suas atividades de investigação”, assinalou ele, afirmando que todos os deputados da Comissão Parlamentar têm entendimento similar quanto a necessidade de manutenção do poder de investigação do Ministério Público. Amanhã, dia 22, os integrantes da CPI irão a Monte Santo ouvir familiares das crianças adotadas.