Grupo é suspeito de formação de quadrilha nos processos de licitação para a realização dos festejos de verão
Rosane Santana , da redação em Salvador |
09/02/2013 às 18:04
O prefeito de Caravelas, Jadson Silva Ruas (PDT), o secretário de Turismo, Fábio Negrão de Souza, assessores da Prefeitura e empresários ligados à empresa Target Comunicações e Eventos Ltda., responsável pela organização do carnaval, tiveram o sigilo bancário quebrado e os bens bloqueados no valor de até R$ 71.500,00, por decisão da juíza Nêmora Janssen, da comarca local, atendendo a uma ação cautelar impetrada pelo Ministério Público.
O grupo é suspeito de formação de quadrilha nos processos de licitação para a realização dos festejos do Verão 2013, com irregularidades na expedição de cartas de exclusividade, superfaturamento e serviços prestados no valor de R$ 1, 4 milhão, para o pagamento de “celebridades” sem expressão popular, num município de, apenas, 19 mil habitantes, cinco mil deles no núcleo urbano, onde não há um médico sequer nos postos de saúde, há mais de oito meses, e os pacientes do hospital regional são alimentados com a ajuda da população.
A Promotoria de Justiça da Bahia considera graves os indícios de irregularidades, o suficiente para anular todo o processo de licitação, por isso solicitou à juíza, através de ação cautelar, a suspensão dos pagamentos relativos aos festejos do Carnaval e do Verão 2013. O descumprimento da decisão, em caráter liminar, implicará no pagamento de multa no mesmo valor da licitação, isto é, R$ 1,4 milhão.
Em entrevista a sites locais, o secretário de Turismo, Fábio Negrão, diz que as despesas visam estimular a cultura e gerar emprego e renda, provocando revolta na população, jáque contratou trios de Aracruz (ES) e Vitória da ConquistA (BA), quando Caravelas possui um trio tradicional, o Carenagem, formado por músicos locais. Ele é acusado do desvio de R$ 2 milhões de reais em outra licitação, há poucos meses das eleições municipais de 2012, que teria por finalidade a divulgação do município, através de empresas que seriam ligadas ao prefeito, Jadson Ruas, aliado político do presidente da Assembleia Legislativa da Bahia, Marcelo Nilo (PDT), que esteve no município em mais de uma ocasião.
** Rosane Santana é jornalista e professora universitária. Graduada em Jornalismo e mestre em História pela UFBA, cursa licenciatura em História pela UNEB.