Agora, uma onda constante de ataques e violações dos direitos das crianças e da sua genitora deve ser investigada,
Raquel Lins , Monte Santo |
31/01/2013 às 10:04
A felicidade cotidiana e readaptação da convivência familiar da baiana Silvânia Mota da Silva (26 anos), e os seus seis filhos, cinco deles que retornaram para casa, em Monte Santo/Ba, a 352 km de Salvador, há pouco mais de 60 dias, é evidente. Mas as demonstrações de alegria e de afeto percebidos pelas ex portadoras das guardas das crianças, principalmente da médica paulista, Letícia Fernandes (37 anos), moradora de Indaiatuba, tem sido alvo de inveja, gerando uma manobra na tentativa de descredenciar a genitora no processo, que corre em segredo de justiça, mas que, já teve páginas divulgadas pela médica, no final de 2012, na rede social “Facebook”, o que é proibido.
Agora, uma onda constante de ataques e violações dos direitos das crianças e da sua genitora deve ser investigada, pois acontecem frequentemente através da internet e na cidade onde a família reside. Para não dar sossego, também já foi colocado um carro de som nos arredores da casa de Silvânia, em 18 de dezembro de 2012, apreendido após denúncia da vizinhança. No hospital Municipal Monsenhor Berenguer, um informante da médica a acionou em 21 de janeiro, informando sobre um pedido do MP/BA feito à administração. Foi iniciada uma nova propagação de boatos, com ápice na sexta-feira (25), quando, Letícia, que abrigou S. (2 anos), realizou acusações na mídia, alardeando que a menor estaria, pela quinta vez internada, e em estado grave, com risco de morte por consequência de falta de cuidados por parte da mãe da criança.
Diante da denúncia de internação da menor, alguns órgãos de imprensa (Correio da Bahia e UOL), apuraram o fato. A acusação foi desmentida prontamente através do Conselho Tutelar, e também pela mãe da criança, Silvânia. Já em 31 de janeiro, esse mesmo fato foi mais uma vez desmentido, agora então pelo MP/BA em Monte Santo, assegurando que observa com atenção as crianças, e, “desde a chegada na cidade jamais ocorreu nenhuma internação, o relatório do hospital confirma que, nada, de grave, com nenhum deles ocorreu, somente consultas”, declarou o representante.
Segundo a advogada da família baiana, Isabella Costa Pinto, a veiculação de imagens e informações falsas atribuindo aos filhos de Silvânia uma situação de risco e enfermidade, apenas revela um sentimento egoísta das ex-guardiãs, e não um sentimento de mãe adotiva. “Elas estão torcendo para as crianças ficarem mal e assim conseguirem realizar um desejo particular delas de serem mães. Não buscam as informações verdadeiras no Conselho Tutelar e serviços de saúde, porque não querem”, evidenciou. A advogada também observou que, “precisamos lembrar também que existem várias crianças para serem adotadas, aguardando um lar, e a família de Silvânia merece e tem o direito de viver em paz”.
Visando assegurar a tranquilidade na vizinhança, a polícia tem prestado apoio e as rondas foram intensificadas desde o início de janeiro. Em 19 de janeiro mais de 10 imagens foram distribuídas pela rede de Letícia, onde em uma das imagens, E. (2 anos), brincava na lateral de sua casa. A imagem foi apagada com rapidez e no dia seguinte (20), foi republicada com sinais de adulteração, com uso de “photoshop” e passou a apresentar uma perna direita afinada, a esquerda normal, além do tronco esticado. Com intuito de causar comoção, a criança passou a ser chamada de “desnutrida” pelo grupo de Letícia. As ex guardiãs também divulgam constantemente na internet, os nomes, fotos e vídeos dos menores, o que fere o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).
Diante do fato, o juiz responsável pelo caso, titular da Comarca de Euclides da Cunha, Luis Roberto Cappio, também foi procurado pela imprensa e mostrou-se preocupado com as sucessivas denúncias de maus tratos e negligência. Ao apurar a informação, Cappio explicou: “Como juiz da Vara Crime e da Infância e Juventude nas Comarcas é meu dever procurar assegurar um ambiente de paz e dignidade no dia-a-dia destas crianças, ainda que antes do julgamento final dos processos de adoção”. O juiz complementou esclarecendo. “Eu relatei fatos que repetidamente estão sendo divulgados, e que visam apenas desqualificar a família biológica e estão, ora a violar, ora a colocar em risco a integridade e tranquilidade das crianças. Não emiti opinião alguma, sobre qualquer coisa, ou quem quer que seja”, evidenciou.
Movimento de defesa - Ao perceber a repetição e velocidade das atividades ilícitas que circulam na internet e que causam sofrimento a família reunida na cidade natal, um grupo de voluntários de todo o país e de brasileiros no exterior, se sensibilizaram pelo fato de Silvânia nem acessar a internet, e se uniram, criando em 11 de janeiro uma “Página de Apoio”. Para defender a família de sertanejos dos ataques na internet, o grupo pede que deixem a família em paz e manifestam o apoio à adoção legal, “que observe os princípios e as regras legais, para que, fatos como de Monte Santo não aconteçam mais”, destaca um dos mobilizadores.
Uma das defensoras virtuais, que prefere não se identificar, indignada com o que vem acompanhando, declara. “Estamos encaminhando a denúncia ao MP/BA, contra o movimento liderado pela médica”, assegurou. Em apenas duas semanas de acompanhamento foram reunidas quase 70 páginas de evidências.