Após quase 9 meses na prisão, contraventor deixou a Papuda nesta quarta.
'Ele está feliz, tranquilo e só quer abraçar os filhos', diz sobrinho do bicheiro
G1GO , Goiânia |
21/11/2012 às 07:03
Chegada de Carlinhos Cachoeira em condomínio de Goiânia
Foto: G1
O bicheiro Carlinhos Cachoeira chegou à casa onde mora, em um condomínio de luxo em Goiânia, às 2h35 desta quarta-feira (21). O carro que transportou o contraventor entrou no local acompanhado de mais dois veículos de familiares, entre eles a mulher dele, Andressa Mendonça.
Acusado de comandar um esquema de jogo ilegal em Goiás, Cachoeira ficou preso 265 dias e deixou o presídio da Papuda, em Brasília, à 0h04. Depois de sair da prisão, ele se encontrou com familiares no escritório dos advogados, em Brasília. A informação é de um sobrinho dele, Fernando Cunha Neto (PSDB), que é vereador em Anápolis, cidade a 55 quilômetros de Goiânia. Em entrevista ao G1 por telefone, o político disse que o tio está "feliz e tranquilo".
Segundo Cunha, além dele e Andressa Mendonça, viajaram até a capital federal seis dos 12 irmãos de Cachoeira e o filho mais velho do contraventor, um adolescente cuja idade não foi divulgada. "O que ele [Cachoeira] quer agora é reencontrar a família e abraçar os dois filhos mais novos", disse o político.
Condenação
Na terça-feira (20), a 5ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça do Distrito Federal condenou o bicheiro a cinco anos de prisão em regime semiaberto pelos crimes de formação de quadrilha e tráfico de influência, por tentar fraudar o sistema de bilhetagem do transporte público de Brasília. Os crimes foram apontados pela investigação da Operação Saint Michel.
Segundo o advogado de Cachoeira, Nabor Bulhões, o bicheiro foi solto porque tem o direito de recorrer da decisão em liberdade até o trânsito em julgado da ação (quando não há mais possibilidade de recurso). A informação não foi confirmada pelo TJ.
Antes da soltura de Cachoeira, Bulhões, conversou com a imprensa e negou que ele tenha cometido os crimes de formação de quadrilha e tráfico de influência. Segundo o advogado, que afirmou que vai entrar com recurso contra a condenação, o fato de Cachoeira já ter sido mantido preso preventivamente pode facilitar o cumprimento da pena imposta.
"Como ele já cumpriu cerca de seis meses (sic) de prisão, que corresponderia a praticamente um sexto da prisão imposta, ele não cumpriria prisão em regime semiaberto, mas em regime aberto", afirmou Bulhões.
Operações
Cachoeira foi preso no dia 29 de fevereiro, durante a Operação Monte Carlo, da Polícia Federal, que apurou o envolvimento de agentes públicos e empresários em uma quadrilha que explorava o jogo ilegal e tráfico de influência em Goiás.