O argumento foi corroborado por outros advogados. Em seguida, Barbosa disse ser contra separar o processo do mensalão para que os réus sem foro privilegiado no Supremo. Mas Lewandowski, que foi revisor do caso, se manifestou a favor de desmembrar a ação para que o Supremo julgue apenas quem tem foro. Barbosa disse que Lewandowski poderia ter feito isso antes, durante a tramitação.
"O senhor é revisor. Me causa espécie vê-lo se pronunciar pelo desmembramento quando poderia tê-lo feito há 6 ou 8 meses antes que preparássemos toda essa...", argumentou Barbosa. "Farei valer o meu direito de manifestar-se sempre que seja necessário", rebateu Lewandowski. "É deslealdade", disse Barbosa em voz alta.
Neste momento, Lewandowski reagiu, acusando o colega de usar um "tom muito forte".
Joaquim Barbosa rebateu, dizendo considerar "irresponsável" discutir o tema novamente. "Ora, nós precisamos ter rigor no fazer as coisas neste país. O mais alto tribunal deste país decidiu, não vejo razão, me parece até irresponsável voltar a discutir essa questão", complementou. "A questão está desenganadamente preclusa."
Ainda segundo o relator, já se gastou "uma tarde inteira" no Supremo discutindo o desmembramento do processo a pedido do réu, Marcos Valério, acusado de ser o operador do mensalão. Na ocasião, os ministros rejeitaram o desmembramento pela diferença de 1 voto.
O ministro revisor da ação, Ricardo Lewandowski, afirmou estar "à vontade" para encaminhar o voto no sentido contrário ao relator.
"Nos últimos seis meses examinei de forma vertical esses autos, tenho um voto preparado que posso proferir a qualquer momento", disse. "Já entendi pelo desmembramento. E digo que estou à vontade porque ainda ontem decidi no sentido de remeter para o Tribunal Regional Federal da 1ª região o inquérito do ex-senador Demóstenes Torres, cassado pelo Senado