O mestre de cerimônias foi o colega Rogério Queiroz e o momento dos discuros foi concorrido. Parceiros na jornada diária, os diretores do Samu, Ivan Paiva, e do Conselho Regional de Medicina, Jorge Cerqueira, falaram sobre a admiração que têm por Itana Viana, promotora de Justiça que sempre os atendeu nos horários mais improváveis, tendo por meta salvar vidas. Eles afirmaram que, mesmo fora do MP, querem a companheira por perto. A disposição para continuar atuando na área da saúde foi confirmada pela homenageada, que teve ao seu lado o filho Renê Viana, que também foi prestigiar a mãe em momento tão especial onde a emoção falou alto todo tempo.
Itana falou sobre sua trajetória de vida, lembrou muito do pai, responsável por passar todos os ensinamentos sobre os direitos humanos. E foi por ele que ela começou a conhecer os meandros da área de saúde. Vítima de um AVC, ele recebeu da filha, que aprendeu noções das tarefas do fonoaudiólogo e do fisioterapeuta, todos os cuidados necessários para ajudá-lo na recuperação da fala, memória e movimentos. As dificuldades a levaram a começar a trabalhar aos 16 anos, quando o pai teve que se aposentar da profissão de delegado de Polícia. Com ele, Itana Viana aprendeu que, para uma pessoa entender direitos humanos, é preciso se colocar no lugar de quem deles precisa e está em situação vulnerável.
Em 1991, ela foi aprovada em concurso público para ingresso no MP, sendo designada inicialmente para a comarca de Encruzilhada, tendo atuado posteriormente em Eunápolis, Santo Amaro, Porto Seguro e Itabela. Promovida para Salvador, recebeu entre as tarefas ministeriais uma que a fez conhecer o Sistema Único de Saúde (SUS), e, para melhor entender, acabou estudando e se especializando a ponto de hoje ser também sanitarista e professora de saúde coletiva, lecionando Ética e Direito em Saúde onde passa conhecimentos da visão jurídica para profissionais da área da saúde.
Estiveram presentes à homenagem o procurador-geral de Justiça Adjunto para Assuntos Jurídicos, Rômulo Moreira; chefe de gabinete, Márcio Fahel; promotores de Justiça que atuam no Gesau Rogério Queiroz, Pilar Maquieira e Cláudia Elpídio, que entregou uma placa em nome do grupo e teceu considerações afetuosas; coordenadores de grupos de atuação especial e colegas que fizeram questão de falar como Olímpio Campinho, Rita Tourinho, Márcia Teixeira e muitos servidores que foram representados por Adriana Trindade, coordenadora administrativa do Cesau há alguns anos, que não resistiu às lágrimas ao falar para a homenageada e entregar flores; e o diretor do Samu, que disse considerar o serviço um filho institucional de Itana. Colegas dela, como Márcio Fahel, também pontuaram que ela deixou inúmeros seguidores no MP, discípulos que já desempenham suas funções com a mesma capacidade de acolher, pautados na retidão e caráter com que ela marcou presença na casa