Algumas agências bancárias na capital e no interior da Bahia começaram a terça-feira (27) com faixas e cartazes anunciando greve por tempo indeterminado, mas, muitas funcionaram parcialmente.
A paralisação nacional dos funcionários, que reivindicam aumento salarial, começa hoje, depois de ter sido aprovada no último dia 22 de setembro e reiterada após nova assembleia na tarde de ontem.
A categoria pede reajuste salarial de 5% mais a inflação, totalizando 12,8% de reajuste. A Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), por sua vez, oferece 8%, com 0,56% de aumento real.
De acordo com Euclides Fagundes, presidente do Sindicato dos Bancários do Estado da Bahia, ainda não é possível saber se todas as agências do estado estão fechadas. "Ainda não temos esses números, de quantos pararam, mas este é um movimento que já surge forte nacionalmente", explica.
Em toda a Bahia, são 650 agências bancárias, sendo 375 no interior e outras 275 na capital. Para Fagundes, mesmo sem saber quais serviços estão suspensos, há alternativas para a população que utiliza os serviços bancários. "Há alternativas como os caixas eletrônicos, as casas lotéricas, a internet. Com certeza, não haverá suspensão de cem por cento", assegura o presidente.
Negociações
Em nota, a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), que coordena o Comando Nacional dos Bancários, disse que o objetivo do movimento é pressionar a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) a retomar as negociações e a melhorar a proposta de aumento real de salários da categoria, cuja data-base para renovação da convenção coletiva de trabalho é 1º de setembro.
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Seguindo orientação do Comando Nacional, a categoria recusou a proposta de 8% de reajuste, feita pela Fenaban durante a quinta rodada de negociações, na última sexta-feira (23), em São Paulo. "Isso significa apenas 0,56% de aumento real, continuando distante da reivindicação de 12,8% de reajuste (5% de ganho real mais a inflação do período)", diz Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT e coordenador do Comando Nacional.
Reivindicações
Para os trabalhadores, a proposta dos bancos não contém valorização do piso salarial, não amplia a participação nos lucros e não traz avanços em relação às reivindicações de emprego e melhoria das condições de trabalho. "Os bancários reivindicam fim da rotatividade, mais contratações, fim das metas abusivas, combate ao assédio moral, mais segurança, igualdade de oportunidades e inclusão bancária sem precarização, dentre outras reivindicações", destaca a Contraf-CUT.
"Contamos com o apoio e a compreensão dos clientes e usuários, que sofrem com as altas taxas de juros, as tarifas exorbitantes, as filas intermináveis pela falta de funcionários, a insegurança e a precarização do atendimento bancário", diz Cordeiro.