Sob a lona do tempo! São 40 anos de Picolino - escola, circo e casa onde a arte se reinventa, e o sonho se perpetua. De 1º a 14 de dezembro, a lona fúcsia do Circo Picolino, inebriada pelas águas da orla de Pituaçu, será berço do Viva o Circo ano XL ─ Festival Internacional, celebrando quatro décadas de arte, resistência e encantamento. O evento traz uma programação gratuita e acessível — com Libras e audiodescrição —, reunindo artistas, grupos, coletivos e companhias circenses do Brasil e do mundo.

 

O Viva o Circo ano XL ocupará territórios simbólicos que marcam a trajetória do Picolino desde os anos 1980, revisitados como forma de celebrar os caminhos que moldaram sua identidade — das primeiras turmas no antigo Troca de Segredos (Ondina) às passagens pelo Espaço Xis (Xisto Bahia, Barris), Vagão (Rio Vermelho), Aeroclube (Boca do Rio) e, finalmente, a atual casa em Pituaçu.

 

A abertura no Circo Picolino, que ocorre a partir das 19h do dia 1º de dezembro, terá performance festiva de Verônica Tamaoki — que, ao lado do eterno Anselmo Serrat, fundou o Circo Picolino em 1985 —, seguida do espetáculo “Picolino – 40 Anos” dirigido por Luana Tamaoki Serrat, reunindo acrobacias, malabarismo, números aéreos, música ao vivo e artistas que marcaram diferentes fases da Cia e Banda Picolino, como Nana e Nina Porto, Fábio Bomfim, Sofia Muritiba, Edi Carlos (Binho), Raquel Quesado, Márcio Gabriel, Gilberto Portugal, Juracy do Amor e Jamie Bokão.

 

No dia 3 de dezembro, às 18h, no Circo Picolino, ocorre o lançamento da revista “A Mulher do Circo – Bahia”, com Verônica Tamaoki como mestre de cerimônia e performance de Odre Consiglio, celebrando mestras circenses do estado: Norma Suely, Katia Neide, Mary Etelvina, Mary Griô, Cida França, Marlete Fernandes e Neide Queiroz, reafirmando o protagonismo feminino na história do circo brasileiro.

 

Na manhã do dia 4, às 09h30, no Picolino, o público assistirá “Todo Mundo Vai ao Circo”, espetáculo-ícone da Cia Picolino, que já foi assistido por cerca de 160 mil espectadores e reunirá artistas da Cia Picolino e da Residência de Formação e Qualificação Técnico-Artística em um verdadeiro festival de variedades: acrobacias, palhaçaria, números aéreos, malabares e música ao vivo. Tudo é costurado pelas travessuras da personagem-palhaça Flávia, que envolve o público com humor e leveza, abordando temas como preservação ambiental, diversidade, direitos das crianças, igualdade de gênero e valorização da escola pública.

 

Já no dia 5, às 19h30, o grupo Nariz de Cogumelo — histórico parceiro do Picolino — apresenta sob a lona do Circo Picolino o “Cabaré Show de Calouros”, que recria, com humor ácido e improviso, a atmosfera dos programas de auditório brasileiros. Às 20h, o festival ocupa a Avenida Simon Bolivar, na Orla da Boca do Rio - dentro da Programação Antigo Aeroclube, com show da Banda Picolino, em parceria com o Ponto de Cultura Jazz na Avenida, promovendo um encontro entre o jazz soteropolitano e a sonoridade circense.

 

No dia 6, às 16h30, o festival volta às ruas de Ondina, na Arena da Praça Avenida Oceânica ─ em referência ao Troca de Segredos, espaço que acolheu as primeiras turmas da Escola Picolino entre 1985 e 1987 ─ com o espetáculo “Maiador”, da Cia Delá Praká (Ilhéus), uma obra que une mastro chinês, duo acrobático, danças populares e música ao vivo, celebrando afetos, trabalho coletivo e ancestralidade. 

 

Às 19h30, do dia 06 de dezembro, desta vez no Circo Picolino, acontece a primeira noite da “Varieté Picolino”, um mosaico de performances circenses comandada pela multiartista Vanda Cortez, com números de Carol Guedes (Palhaça), Felipe Cerqueira (Tecido Acrobático), Gabriel Luz (Força Capilar), o duo com Ninha Almeira e Diego Besse (Quick Change | Troca de Figurinos), Marcela Diez (Trapézio) e solo de Ninha Almeida (Arame).

No dia 7, o festival ocupa a cidade com duas obras: às 16h30, no Largo de Santana, o espetáculo internacional “Em Deambulação”, do Cirque Immersif (uma produção França-Brasil), transforma o Rio Vermelho em cenário vivo de poesia visual,  unindo teatro físico e circo contemporâneo; às 19h30, no Circo Picolino, o multiartista circenses Fafá Coelho apresenta “Exu em Movimento”, solo que explora monociclo, acrobacias e equilíbrios, dança e poesia, com direção de Thais Carone e Ronaldo Aguiar, música ao vivo de Tustão Cunha, em homenagem à sua mãe, Valdelice Nogueira Sena.

 

Segunda Semana

No dia 10,  às 9h, ocorre a Programação Espaço “Xis”, no Cine Walter da Silveira (Barris). Haverá a mesa “Memórias Picolino”, que exibirá, pela primeira vez, o teaser do documentário “Picolino, o Circo”, dirigido por Jamille Fortunato e Luana Tamaoki Serrat, sob a produção de Karina (Tenda dos Milagres). Ainda neste dia, às 19h30, no Circo Picolino, ocorre o espetáculo “Nove Tentativa de Não Sucumbir”, da Cia Devir (PE), que traz os artistas João Lucas Cavalcanti e Vitor Lima, sob direção do dramaturgo francês Jean Michel Guy, num misto de circo, teatro e humor.

 

A “Varieté Picolino” retorna no dia 11, no Circo, a partir das 19h30, com a irreverente artista circenses Flávia Marco Antônio como mestre de cerimônia; e apresentações de Alexis Ayala (Faixas Aéreas), Bruno Edson (Malabares), Diane Naitai (BambolÊs), Pinguim (Palhaço), Sandra Silva (Lira) e Wilma Macêdo (Força Capilar).

 

No dia 12, às 19h30, sob a lona do Circo Picolino, o festival apresenta “Isso Não É Uma Obra”, fruto de residência com a Cia Picolino com a Cia Fulanas de Circo, reunindo Luana Tamaoki Serrat, Carol Guedes, Nina Porto e Nana Porto; e artistas convidados como Irmão Carlos, Leandro Oliveira, Maju Passos, Julieta Kappa, Yerko Haupt, Marcelo Galvão e Edi Carlos Souza. A montagem é uma jornada artística construída pelas singularidades dos 11 artistas envolvidos, que, envoltos de maturidade em corpos com mais de 40 anos, se permitem habitar novos lugares de criação.

 

No dia 13 de dezembro, o festival será dedicado à formação e à memória da Escola Picolino de Artes do Circo. A programação começará às 18h30, com “Era Uma Vez, de Novo”, dirigida por Nina Porto, resultado do projeto Artes do Circo | Curso de Iniciação Circense junto às partícipes das oficinas fixas da Escola (Técnicas Básicas para Crianças e Tecido Acrobático), em uma partilha inspirada na história do Picolino. Às 19h30, os artistas que integram a Residência de Formação Técnico-Artística apresentam “Um Tributo à Paixão”, homenagem ao fundador Anselmo Serrat, com músicas de Cazuza e uma poética que celebra o sonho e o ofício circense.

 

O encerramento ocorre no dia 14, às 15h, com o grande cortejo “Saideira de Picadeiro”, que parte das Quadras da Boca do Rio até o Circo Picolino, em celebração coletiva com a performance “AfroDef e a Cadeira de Som”, do artivista Marcelo Zig, que transforma a sua cadeira de rodas em sistema de som. O cortejo costura gerações, batuques e afetos, encerrando o festival em movimento, comunidade e festa.

 

Uma travessia de memórias e afetos

Do primeiro “Viva o Circo”, em 1986 — um gesto tímido de alunos revelando ao mundo suas primeiras acrobacias —, até os grandes festivais que hoje tomam a cidade. Um festival que tece histórias que se confundem com a própria memória de Salvador. Palhaços e poetas, mestres e aprendizes, músicas e tambores encontraram abrigo nesse território onde a gravidade é desafiada, e a esperança insiste em permanecer mesmo diante de crises, escassez ou tempestades.

 

Em 2025, no Ano XL, o Festival se ergue como ocupação cultural plena: oficinas, espetáculos, mostras amadoras e profissionais, residências artísticas, shows musicais e uma feira que celebra o trabalho de artesãs e cozinheiras da comunidade que estarão presentes durante todo o festival. Mais do que celebrar um marco, esta edição reafirma a missão de preservar e fortalecer o circo brasileiro. 

 

O  Festival Internacional Viva o Circo ano XL é um projeto contemplado nos editais da Política Nacional Aldir Blanc Bahia (PNAB), Lei nº 14.399/2022, com apoio financeiro do Governo do Estado da Bahia, por meio da Secretaria de Cultura do Estado via PNAB, direcionada pelo Ministério da Cultura – Governo Federal.

 

Serviço

O que é? Viva o Circo – Ano XL | Festival Internacional do Circo Picolino.

Quando? De 01 a 14 de dezembro de 2025.

Onde? Em diversos espaços e territórios de Salvador | Troca de Segredos (na Arena da Praça Avenida Oceânica, em Ondina), Espaço "Xis" (Xisto Bahia/Cine Walter da Silveira – Barris), Vagão (Largo de Santana – Rio Vermelho), Aeroclube (Jazz na Avenida – Boca do Rio) e Circo Picolino (Pituaçu)

Entrada: GRATUITA (com acessibilidade em Libras e Audiodescrição).

Mais Informações: perfil no Instagram @circopicolino