A Tribuna da Bahia, em manchete datada de 20 de fevereiro de 2003, noticiou: “Apagaram Carlos Bastos”. Não havia título mais pertinente. Todos os jornais do Estado da Bahia noticiaram o grave ilícito. O artista, em 2003, moveu uma ação contra as Lojas Insinuante Ltda. e o Banco Econômico S/A – em liquidação extrajudicial.
Na época, o Ministério Público do Estado da Bahia determinou que as Lojas Insinuante e o Banco Econômico S/A em Liquidação Extrajudicial restaurem um importante mural.
O Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) que acordou a restauração foi obtido pela 3ª Promotoria de Justiça do Meio Ambiente de Salvador. O ato contou com a presença de representantes das empresas envolvidas no processo, Marcelo Sales (Insinuante), Antonio Silveira (Banco Econômico) e o diretor geral do IPAC, Frederico Mendonça. O ato foi presidido pelo promotor de Justiça, Antônio Sérgio Mendes, que destacou a importância do acordo para a recuperação de um bem cultural de grande valor para a sociedade baiana.
Os representantes da massa falida do Banco Econômico e Insinuante optaram pela empresa Genart, do restaurador Jomário Sinatri, para fazer a obra estimada em R$ 100 mil. Nas primeiras prospecções, apenas 25% do mural poderia ser recuperado, mas técnicos do IPAC, que fiscalizarão o restauro, acreditam que o percentual pode aumentar. “Esta ação do Ministério Público foi exemplar, mostrando que os bens culturais tombados devem ser respeitados e protegidos”, finaliza o diretor do IPAC.
Agora, o local foi ocupado por uma farmácia e estantes com shampoos, fraldas e outros produtos cobrem o painel em mais uma agressão. O problema volta a tona. Carlos Bastos já faleceu em 2004, mas, o MP ainda existe. (TF)