O ratinho Sig (acima) era um dos principais personagens criados por Jaguar para serem publicados no Pasquim.
Globo.com , Rio |
24/08/2025 às 19:45
Sérgio Jaguaribe, Jaguar, 93 anos de idade
Foto: DIV
Morreu, neste domingo (24), o cartunista Sérgio de Magalhães Gomes Jaguaribe, o Jaguar, aos 93 anos. Segundo nota do Hospital Copa D’Or, ele estava “internado em razão de uma infecção respiratória, que evoluiu com complicações renais”. Nos últimos dias, Jaguar “estava sob cuidados paliativos”. O velório acontece nesta segunda-feira (25), das 12h às 15h, na Capela Celestial do Crematório Memorial do Carmo, no Rio.
Mês passado, durante as comemorações do centenário do GLOBO, Jaguar posou para um ensaio fotográfico da revista ELA dedicado a quase centenários. Na ocasião, deu sua última entrevista. “Tive uma vidinha boa. Não me aprofundava em meditações, ia vivendo o momento”, disse, acrescentando que ainda seguia a mesma filosofia. “Não planejo o futuro nem lamento nada do que fiz”, afirmou o autor de “Ipanema, se não me falha a memória”.
Carioca nascido em 29 de fevereiro de 1932, Jaguar começou a carreira desenhando para revista Manchete. em 1952. Adotou seu famoso pseudônimo por sugestão do cartunista Borjalo. À época, trabalhava no Banco Brasil, subordinado ao cronista Sérgio Porto, que o convenceu a não abandonar o emprego para se dedicar exclusivamente à carreira no humor. Só saiu do banco em 1974.
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Nos anos 1960, consagrou-se como um dos principais cartunistas da revista Senhor e colaborou também com a Revista Civilização Brasileira, a Revista da Semana, a Pif-Paf e os jornais Última Hora e Tribuna da Imprensa. Em 1968, lançou seu primeiro livro, “Átila, você é bárbaro”, um sucesso instantâneo, que, com ironia, combatia o preconceito, a ignorância e a violência. “Comparado com os vândalos de hoje, Átila não passa de um doce bárbaro”, afirmou o autor. O cronista Paulo Mendes Campos descreveu a obra como “um livro de poemas gráficos”.
Ao lado de Tarso de Castro e Sérgio Cabral, fundou o Pasquim em 1969. Irreverente e combativo, o jornal marcou a imprensa alternativa que floresceu à sombra ditadura militar e congregou alguns dos maiores expoentes do jornalismo e das artes brasileiras, como Millôr Fernandes, Ziraldo, Henfil, Paulo Francis e Sérgio Augusto.