Liliana Peixinho Jornalista, ativista humanitária, Especialização em Jornalismo Científico, Meio Ambiente, Cultura - Facom-UFBA. Fundadora de Movimentos e Mídias independentes como Movimento AMA
Liliana Peixinho , Senhor do Bonfim |
24/08/2025 às 10:06
Música na ACLASB
Foto: LP
O "Bando Anunciador", com artistas locais, saiu às ruas, dia 16 de agosto chamando a sociedade, com música, arte e alegria, para participar primeira FLIAclasb de Senhor do Bonfim.
O convite foi aceito, o povo participou, e a FLIAsclab, de 16 a 23 de agosto, caiu no gosto do povo e virou história de reconhecimento e valorização cultural do Território Piemonte do Itapicuru.
A abertura da FLIAclasb, dia 20, foi em casa e teve ACLASBPOD, Sarau e rodas de conversas, na sede da Academia de Letras e Artes de Senhor do Bonfim.
Como anfitriã e organizadora do evento, a academia foi ao encontro do povo, entre 21 23 de agosto, na Praça Nova do Congresso, fortalecendo o histórico espaço público, como palco de diversidade, criatividade, compromisso cultural.
Histórico
O projeto da Feira Literária tomou forma no mês de junho e envolveu articulação, mobilização, divulgação, depois da seleção em edital da Fundação Pedro Calmon. Entre junho e 23 de agosto foi muita correria da equipe organizadora para a montagem de uma programação com estrutura receptiva potente para convidados e população residente.
Caldeirão da diversidade
Uma programação borbulhante em manifestações culturais com educadores, escritores, artesãos, estudantes, políticos, músicos, confrades, confreiras, atores, artistas diversos, de projeção local, regional e nacional.
A Praça como palco principal
Em movimento popular a Praça Nova do Congresso, de quinta a sábado, 21 a 23 de agosto de 2025, foi espaço de marco memorial cultural, fruto de trabalho coletivo de excelência, coordenado pela ACLASB- Academia de Letras e Artes de Senhor do Bonfim.
Recursos de edital da Fundação Pedro Calmon, no Programa Bahia Literária, e uma grade de apoios generosa, possibilitou arranjos de suporte ao evento, com garantia de participação de artistas vindos de diversos lugares.
Participações diversas
Teve Bule-Bule, Zecrinha, Samantha Jones, Daniel Gomez, Samba de Lata de Tijuaçu, Assisão, Jotacê Freitas, Grupo Palpite, grupos de dança, fanfarras, teatro, folclore, rodas de converrss, recitação de poemas, exposições fotográficas, sessões de cinema, brincadeiras lúdicas-cognitivas, em borbulhas de Caldeirão Cultural FLIAclasb.
De longe, mas perto
Teve quem trabalhou e participou de longe, mas bem pertinho, graças à tecnologia, online, como o professor de Física, confrade e escritor João Carrilho que fez homenagem a Bule-Bule; confrades e confreiras que não puderam comparecer, mas estiveram atentos e colaborativos para a visibilidade da FLIAsclab, como o escritor José Gonçalves, que, como bom leitor enviou, lá de São Paulo, print de matérias publicadas na Bahia, para a confreira jornalista socializar no grupo, como é de prática. Teve o escritor, Prêmio Jabuti, Roniwalter Jatobá, que participou do lançamento do "Cidreira Literária, e lá de São Paulo, lia informações publicadas na mídia sobre a FLIAclasb.
Grade de apoios
A grade de atrações reflete a riqueza da diversidade cultural do Território Piemonte Norte do Itapicuru, com nove municipios, e reforça Senhor do Bonfim como berço e difusor cultural.
Bule-Bule não mediu esforços e compareceu em cadeira de rodas. Samantha Jones, a Clara, da novela "Vale Tudo", arranjou tempo na agenda e viajou para Senhor do Bonfim, como cria local, e participou de painel sobre o valor da cultura, arte, dança, teatro, literatura.
Tendas acolhedoras
Os eventos, com plateias sentadas ou em mobilidade na praça, foram realizadas em estruturas de tendas, em cenários com réplicas de ambientes da cultura Nordestina, e prestaram homenagem a diversos nomes da cultura local, a exemplo do fundador da Aclasb, professor ex-prefeito, Paulo Machado, e outros como Tito Rocha, Augusto Sena Gomes.
Na noite de sábado, 23, no Palco Assisão, show de encerramento com Jotacê Freitas, Grupo Palpite e Assisão e o povo, ocupando a praça com arte e alegria.
Homenagem do professor e escritor João Carrilho, a Bule-Bule
Bule-Bule, a voz do povo
Homenagem ao Mestre da Cantoria Nordestina
Autor: João Carrilho
Bule-Bule é cantador,
um poeta de respeito,
com o pandeiro na mão
faz repente do seu jeito,
mostra a força do Nordeste
com cultura no seu peito.
Nas feiras e nas estradas
levou rima e tradição,
seu saber atravessou
cidade, roça e sertão,
fez da voz o patrimônio,
fez da rima uma nação.
No cordel deixou sementes
que jamais vão se acabar,
cada estrofe que ele cria
faz a história se cantar,
pois o povo se enxerga
na beleza do seu olhar.
É herdeiro dos cantores
que o passado consagrou,
Zé Limeira e Patativa,
o destino lhe entregou
a missão de ser maestro
do repente e do amor.
Sua lira é resistência,
sua voz é tradição,
é cantiga que liberta,
é memória e devoção,
é cultura popular
que não perde o coração.
Canta o riso e a tristeza,
canta a roça e a cidade,
canta o vaqueiro valente,
canta a dor da saudade,
transformando em poesia
o retrato da verdade.
Quem conhece Bule-Bule
sabe bem o que é raiz,
é saber que vem do povo
e que o povo sempre diz:
“Esse mestre repentista
faz a nossa alma feliz.”
Do repente à cantoria,
do pandeiro ao cordel,
cada verso que ele escreve
tem a luz de um farol fiel,
é cultura nordestina
se espalhando como um véu.
Seus poemas são tesouros,
sua vida é um legado,
do sertão à capital
sempre foi respeitado,
pois cantando a vida simples
se tornou imortalizado.
Por isso eu faço o canto,
nessa rima popular,
pra dizer que Bule-Bule
é patrimônio do lugar,
um gigante da cultura
que o Brasil deve exaltar.
Liliana Peixinho *
Jornalista, ativista humanitária, Especialização em Jornalismo Científico, Meio Ambiente, Cultura - Facom-UFBA. Fundadora de Movimentos e Mídias independentes como Movimento AMA, Mídia Orgânica, RAMA, Reaja, Catadora de Sonhos, O outro no eu, Cuidar do Cuidador.