O Portal Metrópole afirmou: - Nana Caymmi, que morreu nesta quinta-feira (1º/5), era uma mulher de opiniões fortes. Em uma entrevista à Folha de S.Paulo, em 2019, a cantora defendeu o ex-presidente Jair Bolsonaro e atacou grandes nomes da música brasileira, como Caetano Veloso, Chico Buarque e Gilberto Gil, com quem foi casada.
“É injusto não dar a esse homem um crédito de confiança. Um homem que estava fodido, esfaqueado, correndo pra fazer um ministério, sem noção da mutreta toda… Só de tirar PMDB e PT já é uma garantia de que a vida vai melhorar. Agora vem dizer que os militares vão tomar conta? Isso é conversa de comunista”, disse ela, na época.
Dona de sucessos como Resposta ao Tempo, Nana não poupou os antigos amigos e parceiros musicais de críticas pesadas. “Gil, Caetano, Chico Buarque. Tudo chupador de pau de Lula. Então, vão pro Paraná fazer companhia a ele. Eu não me importo”, detonou.
Ainda durante a entrevista, a cantora se mostrou indignada com as netas, fãs do pagodeiro Belo. “Não tenho nada contra a pessoa. Mas duas bisnetas de Dorival Caymmi! Eu já fazia música com quatro anos”, ressaltou.
Nem a sobrinha, Alice Caymmi, que escolheu o pop para a carreira artística, ficou isenta das ofensas. “Eu tinha muita esperança de que ela fosse pro meu caminho. Achei que Alice ia dar mel, mas não deu”, concluiu.
Filha de Dorival Caymmi e irmã de Danilo Caymmi, Nana foi uma das maiores intérpretes da MPB, com uma carreira marcada por sucessos que atravessaram décadas, sendo um dos pilares da música brasileira, com canções que eternizaram seu nome.
Outro portal, a Tribuna do Norte relatou: - Com um legado sólido na música, Nana Caymmi não se destacou apenas pelo talento vocal, mas também por suas parcerias com outros ícones da música brasileira.
Em 2021, ela reclamou da reação que causou em sua classe em entrevista ao Globo:
“Se quiser me cancelar, cancela. Não deixei de comer por causa disso. Achei até engraçado, uns iam jogar meus discos fora, outros me quiseram morta. No Brasil, você não pode ter opinião, você é malhado feito Judas”, disse ela, desafiando a censura imposta pelas redes sociais e a pressão para se alinhar às expectativas políticas de seus fãs e colegas.
O velório da cantora iniciou às 8h30 desta sexta-feira (2/5), no Theatro Municipal, localizado no Centro do Rio de Janeiro, e vai até meio-dia. O enterro da artista será às 14h, no Cemitério São João Batista.
O UOL também comentou: - Apesar de sua presença recente no noticiário brasileiro ecoar mais suas preferências políticas e as brigas que este enviesamento causava entre a classe artística, Nana Caymmi, que morreu nesta quinta (1°), seguirá como uma das maiores vozes da música brasileira. Herdeira mais famosa de um dos clãs mais emblemáticos da música brasileira, ela tinha acabado de completar 84 anos, sendo celebrada por seus irmãos, Danilo e Dori, em suas redes sociais. Este último escreveu que "o mundo é mais bonito com a sua voz".
Não é exagero, afinal, além de filha de um dos maiores nomes da cultura brasileira —o compositor baiano Dorival Caymmi pilar inconteste de nossa música— e de ter uma mãe cantora, Stella Maris, que lhe servia como régua (tanto artística quanto moral, de quem todos diziam ter herdado o temperamento esquentado e as respostas duras e atravessadas), Nana unia duas tradições que viveu intensamente: a das cantoras de rádio do meio do século passado e a da geração que foi influenciada pela bossa nova que, anos mais tarde, formaria o panteão moderno da música brasileira.