Liliana Peixinho -Jornalista apreciadora da Filosofia Franciscana, de vida simples
Liliana Peixinho , Salvador |
21/04/2025 às 19:43
Pope Franciscus
Foto: Vatrican News
Depois de 13 séculos o planeta acompanhou a coragem do primeiro latino americano a ocupar o cargo mais importante da Igreja Católica, de forma incomum aos Papas.
O carisma, a simplicidade, a coragem, a ousadia em inovar, a leveza em agir, a sapiência e leveza da simplicidade do Ser Francisco, encantou o mundo.
Num planeta em agonia de vida, em consumo ostentação, desperdícios, egoísmos, aparências, promover mudanças de comportamento, a exemplo de propostas como as contidas na Encíclica Laudato Sí, revela o compromisso com a vida potente, profunda, humana, comunitária. Documento que contou com a contribuição popular, de ONGs e instituições, inclusive do Brasil, comprometidas com políticas que reforçam a necessidade de entender a distância entre o discurso verde - Greenwashing- e o comportamento realmente sustentável, harmonioso com a Natureza. Oportunidade para que pessoas, empresas, instituições, possam, como Francisco, em sua simplicidade e compromisso com a vida potente, ser exemplo na diferença.
Com sua visão de mundo e experiência comunitária, o Papa Francisco travou uma luta gigante para promover avanços no mundo contra o poder, o carreirismo, o faz de conta que faz. E reforçou a diferença entre o fazer e o falar.
A aproximação com o povo, a leveza no falar sério, os riscos de se expor, quebrar protocolos, modernizar a comunicação, trabalhar sem trégua, sem férias, até o último suspiro, são atitudes de um legado humanitário inspirador.
Na sua passagem pelo Brasil deixou marcas profundas. Valorizou a cultura indígena, a potência da Natureza, a energia da juventude. Usou a expressão bem brasileira. Mais água no feijão "como símbolo de solidariedade contra a fome. Suscitou a juventude a ser revolucionária, transgressora. Brincou com a pergunta de um jornalista sobre a rivalidade no futebol, entre Brasil e Argentina, e com bom humor, disse: "O papa é argentino. E Deus é brasileiro".
Como o primeiro Papa Jesuíta, Francisco, reforçou os passos do nome que escolheu como protetor da Natureza. O seu amor à Maria, valoriza a luta, promove a sensibilidade e dá poder à mulher dentro da estrutura da Igreja, com voz e atribuições como "ministras".
Sua sapiência e compromisso enxergou a pauta ambiental de forma transversal, profunda, integral, onde tudo está ligado ao todo no planeta, "Nossa Casa Comum".
Reconhecer a ativista sueca, Greta Thunberg, como uma voz planetária contra a matriz suja
petróleo, foi coragem em comprar uma briga com sistemas econômicos capitalizados por grandes corporações energéticas.
Foi corajoso em tentar reformas na Igreja Católica, focadas em temas históricos, espinhosos,
como transparência financeira, proteção aos vulneráveis e promoção da justiça social. Liderança respeitada,
influente e diplomática, Francisco mostrou ao mundo os riscos reais das mudanças climáticas, os efeitos da pobreza e injustiças como a desigualdade. E é exemplo, com atitudes, sobre suas escolhas para uma vida simples, em movimento, junto ao povo, sem ostentação, até quando escolheu um caixão de madeira e o local para a moradia eterna.