Neste dia 2 de dezembro, quando se comemora o Dia Nacional do Samba, a vereadora eleita Aladilce Souza (PCdoB) relembra que fez questão de encerrar sua campanha na Avenida Baixa dos Sapateiros, eternizada na famosa música de Ary Barroso, justamente o símbolo para definição da data. Ela defende a revitalização da área comercial, uma das mais tradicionais de Salvador, e que se encontra abandonada e sem movimento devido à retirada, pela prefeitura, de diversas linhas de ônibus que circulavam pelos terminais da Barroquinha e Aquidabã. “O Dia do Samba é dia de reverenciar a Baixa dos Sapateiros, essa avenida cantada em prosa e verso, tão característica da capital baiana”, enfatizou.
Ao lado do produtor cultural Geraldo Badá, ela percorreu a avenida em contato com comerciantes, comerciários e consumidores, quando manifestou tristeza por constatar tantas lojas fechadas devido ao esvaziamento do comércio local e das cobranças absurdas que a prefeitura faz de TFF, de PTU e outras taxas. “A Baixa do Sapateiro já teve um comércio muito efervescente e já foi uma zona cultural também, com três cinemas importantes (Tupy, Jandaia e Pax)”, comentou Aladilce, aproveitando o Dia do Samba para relembrar que a data comemora a primeira visita de Ary Barroso a Salvador, em 1940.
Clarindo
Aladilce sugere que a Prefeitura de Salvador e a Câmara Municipal abram o debate, ouvindo a comunidade local, sobre a melhor forma de revitalização para a área. Eleita para seu quinto mantado, ela propõe, entre outras coisas, redução do valor da TFF e do IPTU, para incentivar o comércio local, como faz para grandes empresas e ouras áreas da cidade.
A vereadora apoiou artigo publicado no final de novembro pelo articulador cultural Clarindo Silva, sobre a necessidade de revitalização, não só da Baixa dos Sapateiros como de todo o Centro Histórico, às vésperas de completar 39 anos de tombamento, pela Unesco, como Patrimônio da Humanidade. No texto Clarindo relembra que a Baixa dos Sapateiros já foi um “shopping a céu aberto, fervilhando com o Cine Teatro Jandaya, com suas matinês, com grandes companhias teatrais, com grandes figuras como Carmen Miranda, Vicente Celestino e Nelson Gonçalves”.
Ele faz um “apelo patético”, segundo define, aos governos federal, estadual e municipal, à sociedade como um todo: “Não deixem nosso Centro Histórico morrer de inanição. Não faltam projetos, falta vontade política”.