Cultura

OS GUARANYS: LEMBRANÇA VIVA DOS TUPINAMBÁS NO CORTEJO AO 2 DE JULHO

Os tupinambás habitavam parte do território de Salvador quando da chegada dos portugueses, em 1549, para fundar a cidade fortaleza
Tasso Franco , Salvador | 03/07/2024 às 10:06
"Os Guaranys", 1939, formado por descendentes de tupinambás
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    O grupo de nativos da ilha de Itaparica "Os Guaranys" fundado em 1939 é a lembrança mais forte que é registrada do povo tupinambá que habitava a ilha e áreas do Recôncavo, bem como as aldeias no território atual de Salvador - São Bento, Piedade, Passeio Público, Rio Vermelho, Santo Antônio Além do Carmo e Paripe.

  Os tupinambas foram quase dizimados pelos colonizadores incluindo os jesuitas que destrutiram sua cultura religiosa e os que habitavam a área de Salvador foram expulsos para o interior, mas ainda ficaram muitos e sobrevivem seus descendentes até os dias atuais, mais de 4 séculos depois da chegada dos portugueses para fundar a cidade do Salvador, a partir de 1549.

  O desfile do grupon "Os Guaranys" puxando o cortejo ao 2 de julho à frente dos carros da cabocla e do caboclo é emblemático e tem essa característica da ancestralidde e o grupo canta, dança, veste um indumentária que se assemelha a que usava no século XVI e dá um show de alegria tocando tambores e cantando, e ademais usando arcos e flechas.

  Vale observar que os nativos tupinambás não são cablocos. Confunde-se essa etnia e a representação simbólica de Catarina Paraguaçu como uma cabocla é errada, uma vez que caboclo ou curiboca era a mistura do nativo tupoinambá com o portugues ou com o negro africano. Catarina era tupinambá, nativa da ilha de Itaparica, dos povos originais que chegaram ao Brasil via Estreito de Bering há 10 mil anos.

  Portanto, Catarina era tupinambá (também chamada de indigena - outro erro - porque ela não era originária da Índia) e "Os Guaranys", os integrantes do grupo, estes sim, são descendentes dos tupinambás miscigenados com brancos e pretos, mas, alguns deles podem ser tupinambás puros, o que demandaria uma análise genética cientifica mais apurada para saber se de fatos são.

  O certo é que o grupo "Os Guaranys" lembra os tupinambás e essa é uma boa lembrança de uma cultura que ainda está viva. Há de se dizer que a cultura renasce e se mantém de pé mesmo que persguida como foi na época da colonização portuguesa e jesuítica. (TF)