Cultura

MUSEU BELAS DE ARTES DE VALENCIA, PIONEIRO DA ESPANHA EM PINTURA (TF)

Vale a pena conhecer pelo ineditismo de suas obras para os brasileiros
Tasso Franco , Valencia, Espanha | 03/01/2024 às 08:34
Obras dos séculos XIV e XV antes da descoberta do Brasil
Foto: BJÁ
  O Museu de Belas Artes de Valência, Espanha, é um clássico. Pertence a Generalitat Valenciana - o que corresponde ao governo de Estado no Brasil - e na língua local é identificado como Museu de Bells Arts de València, fundado em 1913, ao ser desmembrado da Real Academia de Belas Artes de São Carlos, tornando-se unidade autônoma administrado por um conselho curador.
 
   A entrada é gratuita e abriga coleções de mestre da pintura valenciana com suas coleções de painéis góticos dos séculos XIV e XV, o que, para nós, brasileiros, pintores desconhecidos ao menos para aqueles, como yo, que não são estudiosos da arte. 

   Essa, talvez, seja a grande diferencia e curiosidade ao visitar o museu, pois, ao contrário do Louvre (Paris) ou do Prado (Madrid) com obras de pintores e escultores bastante conhecidos, como Leonardo da Vinci, Picasso, Goya, etc - o que vemos, em Valência, são pintores que nunca tínhamos ouvido falar como Vicente Guilló, Francesco Solimena, Jerônimo Jacinto de Espinosa e outros.

   BELAS ARTES MUSEU

   É considerado um dos primeiros museus de pintura de Espanha e abriga como obra mais conhecida (e talvez relevante) o Auto-Retrato de Velázquez e duas obras de mestres italianos: um retábulo completo de Gherardo Starnina e uma Virgem com o Menino e doador Pinturicchio.

   O prédio é imponente e para chegar ao local usa-se o metrô linha 4 estação Ponte de Fusta. Depois é só seguir adiante e chega-se a sede do antigo Colégio de San Pío V, fundado pelo Arcebispo Juan Tomás de Rocabertí para a formação de sacerdotes. Projetado por Juan Pérez Castiel em 1683, sua execução durou até meados do século XVIII e é composto por duas partes: a escola e o templo.

   No seu interior pode-se admirar a reabilitação do Pátio do Embaixador Vich, cujas peças de mármore de Génova foram guardadas pela Academia de São Carlos, após a demolição do palácio que o albergava em 1859, e foi reconstruída neste local em 2006.

  AS COLEÇÕES

  Agora que você está dentro do museu, conosco, pode apreciar o gótico com destaque para nomes como Miquel Alcanyís, Antoni Peris, Pere Nicolau e Gonçal Peris. Destaca-se uma colecção de primitivos valencianos, representativa da pintura gótica de estilo internacional, obras de Gonçal Peris Sarrià. Da pintura hispânica de influência flamenga destaca-se o painel A Virgem com o Menino (Virgen de la Leche) de Bartolomé Bermejo. 

  Das obras do Renascimento destacam-se a obra de Yáñez de la Almedina, Joan de Joanes e a obra do maneirista Luis de Morales, do barroco destaca-se a obra de Diego Velázquez e Tomás Yepes, da transição para o século XIX do século XIX, o conjunto de obras de Francisco de Goya e, finalmente, do século XIX, as coleções de Ignacio Pinazo, Joaquín Sorolla, Cecilio Plá e Antonio Muñoz Degrain, juntamente com a importante coleção de pintores paisagistas espanhóis do século XIX.

   Há uma infinidade de obras e não vou destacar as demais porque não as conheço para um relato mais técnico. Diria que são todas belissimas com qualidades artísticas admiráveis. Diria, também, que o que mais apreciei foi conhecer esses novos artistas para mim até então desonhecidos, como, creio, é também para a maioria dos brasileiros. Vale muito uma visita a este museu para quem estiver visitando Valencia. 

   Uma falha que noitei é que não há uma livraria no local (como no Louvre, por exemplo) com a venda de réplicas das obras, brindes e livros. Imaginei adquirir um livro sobre o museu,  porém, mesmo aconselhado pela atendente da portaria que poderia encontra a Libreria Llig, institucional da Generalitat, por lá também não encontrei. Paciência, nem tudo é perfeito. (TF)