Cultura

SALVADOR E ESPANHA: DOIS MUNDOS E O VALOR DA CIDADANIA NAS PRAÇAS (TF)

Salvador perdeu o direito à cidadania
Tasso Franco , Salvador | 20/12/2023 às 10:23
Documentar, sentar na praça e ir às compras nas ruas sem sobressaltos
Foto: Tasso Filho
   A impressão que se tem quem está no exterior observando o noticiário no Brasil é que o país sul americano vive em estado da barbárie, especialmente a Bahia, com um noticiário permanente de crimes, assaltos a mão armada a cidadãos, sequestros, falcatruas e uma permanente tensão entre os grupos políticos da esquerda e da direita com um super-poder do STF à mostra.

   Estando em Valencia, Espanha, há oito dias apenas, o noticiário deste país e da Europa em geral se distancia dessas arengas típicas do subdesenvolvimento e salvo os conflitos da Ucrania x Rússia; e Israel x Hamas dois conflitos extremamente graves - a comunidade árabe e muçulmana na Espanha é enorme e faz-se protestos nas ruas contra a ação israelita na Palestina - essas questões voltadas para o crime comum (como acontece em Salvador, diariamente, assaltos nas ruas, nos ônibus, furtos de veiculos, femincídios, etc) são assuntos superados.

  O noticiário gira em torno da economia, do bem estar, dos avanços tecnológicos em favor da sociedade, muito espaço à cultura, algumas questões relacionadas a politica e as alianças do premier Pedro Sanches para se manter no poder com uma prometida anistia à esquerda, e nada se ouve sobre a Suprema Corte. Esses ministros sequer aparecem no noticiário e são extramemente reservados. 

   É muito triste o que assistimos sobre Salvador onde assaltos com facão viram rotina no Caminho das Árvores, a Avenida Sete é o ponto do 13º de assaltantes, furtos de bikes na Orla Atlântica se tornaram frequentes, a casa de Yemanjá é arrombada e é vitima de vandalismo, mulher é morta a tiros em via pública de Salvador e assim por diante. A população vive sobressaltada, temerosa, amedrontada e não há uma luz no final do túnel para dizer que isso poderá cessar.

   Bem, não dá pra ficar fazendo comparativos entre as sociedades brasileira e europeia, mas, sente-se na pele uma diferença enorme de comportamento humano.

   A cidadania no Brasil deixou de existir. É um salve-se quem puder, infelizmente. E o prazer de ir às ruas, de sentar no banco da praça está desaparecendo a passos largos.  E as compras no final de ano, na Bahia e no Brasil, estão ficando a cada dia reservadas a shoppings com seguranças armados em todos os cantos (TF)