Cultura

NATAL DO CENTRO HISTÓRICO SALVADOR E A DÚVIDA SE TERÁ SEQUÊNCIA (TF)

Vamos ver até quando esse Natal do Centro Histórico vai permanecer
Tasso Franco , Salvador | 10/12/2023 às 12:40
Natal pode apenas ficar na história e nada mais
Foto: BJÁ
      Quem foi ao Natal do Centro Histórico de Salvador, ontem, apreciou o que poderá se constituir no mais animado Natal de rua do país, concorrendo com Gramado e Curitiba, hoje, os melhores do Brasil, obviamente, desde que haja uma continuidade.

     Estamos acostumados a ver, na Bahia e em Salvador, eventos populares organizados pelo Governo e pela Prefeitura da capital que desaparecem com o tempo e as mudanças de gestores. Salvam-se, o Carnaval, que, na atualidade é mais privado do que público e o desfile ao 2 de Julho, já contaminado pelos grupos politicos e sindicais. Há, ainda, o Festival de Verão que já dura uma dezena de anos, mas, é da iniciativa privada.
   
    É só lembrar de alguns eventos que eram grandiosos na Bahia - Festa da Primavera, Feira dos Municípios, Fenagro, etc - e que desapareceram. Em Salvador, quem levou o Natal para o Centro Histórico foi a gestão de Antonio Imbassahy (1997/2004) com auto do Natal, apresentações de corais nas sacadas da Igreja da Misericórdia e do Palácio Arquiepiscopal, apresentações do Cristo Negro no Dique do Totoró, etc, e tudo isso acabou quando João Henrique assumiu a Prefeitura (2005/2012).

   Veio ACM Neto (2013/2020) e retomou o Natal, noutro modelo, no Campo Grande com iluminação artistica, casa do Papai Noel, barraquinhas, etc, e que teve uma grande aceitação popular.

   Agora, com Bruno Reis (2023), o Natal retorna ao Centro Histórico - entre a Rua Direita do Palácio a praça do Terreiro de Jesus - em novo modelo com a performance de 750 artistas de grupos culturais diferenciados - do Bumba Meu Boi ao grupo Guarany Tupinambás de Itaparica - figuras do Natal, o Papai Noel e um desfile organizado e com grande participação de público.

   O guardião do Pelourinho, Clarindo Silva, aos 80 anos de idade e recuperando-se de um enfermidade grave, desfilou num carro alegório entre lágrimas e sorissos.

   Clarindo - proprietário da Cantina da Lua - se queixava que os eventos da cidade estão muito direcionados ao Farol da Barra e o Centro Histórico, a matriz da cidade, vivia esquecido. 

   Disse ao BJÁ que está "extremamente agradecido ao prefeito Bruno Reis e o resultado está à vista com milhares de pessoas nas ruas do centro e um movimento muito bom de negócios nas lojas, nos restaurantes, nos bares e nas tendas de artesanato".

   Enfim, resta saber se esse evento - que está agradando 100% ao público - vai continuar ou não, sobretudo se houver uma mudança de governo, em 2024, ano das eleições, é impossível. 

   Com a experiência que tenho de longos anos de jornalista aconselho a quem se interessar ver o Natal deste ano vá logo (tem apresentações até dia 23) e não espere os próximos anos. (TF)