Cultura

FESTIVAL DOS SAVEIROS CELEBRA SUCESSO DE SUA SEGUNDA EDIÇÃO

A luta agora é pela patrimonialização dos saveiros da Bahia
Doris Pinheiro , Salvador | 27/11/2023 às 15:38
Festival dos Saveiros
Foto: Divulgação

17 saveiros, dos cerca de 25 que hoje operam no Recôncavo baiano,  singraram as águas do Rio Paraguaçu neste domingo e participaram do “Bordejo dos Saveiros pelas Águas do Paraguaçu”, um grande desfile dos saveiros do Recôncavo, que foi o ponto alto do Festival de Saveiros do Recôncavo – Festa Náutica 2023, que de 24 a 26 de novembro movimentou a cidade de São Félix, no Recôncavo baiano.


Cerda de oito mil pessoas compareceream ao evento que teve uma rica programação cultural, educativa e de cunho social, com limpeza das margens do Rio Paraguaçu, plantio de árvores, palestras, Feira de Artesanato, Economia Criativa e Agricultura Familiar, encontros de esportes náuticos, exposição de carros antigos e shows musicais.


Idealizador do festival, Wandick Vieira, celebrou o sucesso do evento e garantiu que os próximos passos serão dados na direção da busca pelo processo de patrimonialização, que é atribuição do estatuto de património a um bem material ou imaterial, reconhecendo o interesse cultural e histórico. “ O festival é realizado com o objetivo de resgatar a memória e preservar este tipo de embarcação, valorizando a sua salvaguarda como patrimônio do nosso estado, além de fomentar o turismo náutico baiano”, ressalta Wandick, que já planeja o festival do próximo ano.


Fábio Batista, pesquisador e professor, ressalta a importância da realização do Festival de Saveiros do Recôncavo no sentido de fortalecer a atividade dos saveiristas das embarcações de vela de içar, que são voltadas para o transporte de cargas, que declinou devido às mudanças econômicas na região. “O festival traz pessoas e também as instituições interessadas neste tipo de assunto e que  trabalham na preservação destas tradições”, afirma o professor que segue apontando: “o IPHAN  e o IPAC têm agora que discutir a preservação dos saveiros, têm de ser abertas linhas de crédito para os saveiritas cuidarem da manutenção dos barcos, o IBAMA tem de acordar com eles o licenciamento de madeiras e tem de haver a  concessão de títulos DR Honoris Causas aos saveiritas”, declara.