Cultura

PARA ENTENDER A HISTÓRIA DE SERRINHA, A CASA DA PONTE E JOANNA GUEDES

História que tem origem na família Diogo Álvares e Catarina Paraguaçu donde nasce a Casa da Ponte
Tasso Franco , Salvador | 08/08/2023 às 10:02
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Foto: BJÁ
     Para entender a história de Serrinha e seu primeiro documento, a compra do Sitio Serrinha por Bernardo da Silva a D. João Mascarenhas e sua mulher D. Joanna da Silva Guedes de Brito, em 6 de setembro de 1723, é preciso conhecer (ao menos, um pouco) quem foi Antônio Guedes, um português natural de Tarouco, 1560, que veio para o Brasil e se estabeleceu como tabelião, em Salvador, no governmo de Mendo (Mém de Sá) que foi o terceiro governador geral do Brasil na Bahia, entre 1558 a 1572. 

  Esse tabelião (Antônio Guedes) ganhou uma sesmaria do rei com terras entre os rios Jacuípe e Itapicuru. Teria morrido em 1620 e deixou descendência de segundo casamento por volta de 1596 com Filipa de Brito, falecida em Salvador a 9 de dezembro de 1659. Era filha de Sebastião de Brito Correia e de Maria de Figueiredo Mascarenhas" (Afonso Costa, Genealogia Baiana, Catálogo de Jaboatão, n. 432)".

  O historiador Francisco Antonio Doria atesta que a Casa da Ponte nasce a partir do casamento de uma das filhas de Diogo Álvares (Caramuru) com Catarina Paraguaçu, chamada Genebra, casada com João de Figueiredo Mascarenhas, "dito o Buacatá" ou cobra de fogo (mboy-tatá), descendente descendente desta dinastia; donde também se entrelaçaram com os Vasconcelos provenientes da Ilha da Madeira.

  Veja como é complexo.

  Antônio Guedes de Brito passa a ser o proprietário da sesmaria e expandiu seus negócios com gado e conquistas na base da força tornando-se sertanista e grande proprietário de terras a partir de Jacobina, território onde também se encontra Serrinha. 

  Antonio Gudes de Brito faleceu entre 1692 e 1695 - no sertão do Morro do Chapéu ou em viagem ao Rio das Velhas. Alguns historiadores o dizem casado com uma Maria Madalena de Siqueira, paulista, irmã do sertanista Manuel Afonso Gaia; outros o dizem casado com Guiomar Ximenes de Aragão, de quem não teve filhos.

  Todos são unânimes em dizer que teve de uma Serafina de Souza ou de Souza Dormundo, filha de Manuel de Souza Dormundo e de Maria Correia, uma filha, Isabel Guedes de Brito, ou Isabel Maria Guedes de Brito, que, legitimada, passou a sua herdeira universal. 

  Mais tarde, enviuvando de Antonio da Silva Pimentel, D. Isabel entregaria o trato de seus interesses e procuração ao notório Manuel Nunes Viana, aumentando enormemente seu poder, que se refletiu na Guerra dos Emboabas contra os paulistas na região do Rio das Mortes.

    A herdeira do coronel Antônio da Silva Pimentel e de sua mulher Dona Isabel Guedes de Brito foi apenas uma filha, nascida provavelmente em 1700 e morta em 1762, Joanna da Silva Caldeira Pimentel Guedes de Brito, buscada para casar por dois fidalgos portugueses: D. João Mascarenhas, filho do conde de Coculim (primo do governador das Minas do Ouro, na ocasião, Dom Pedro de Almeida Portugal, conde de Assumar) e D. Manuel de Saldanha da Gama, irmão do conde da Ponte e filho de um vice-rei na Índia, D. João de Saldanha da Gama.

   Chegamos, portanto, a Serrinha. Foi essa herdeira de Antônio Brito e do seu avô Antônio Guedes de Brito, na época (1723), casada com D. João Mascarenhas, que vendeu a Bernardo da Silva as terras do Sitio Serrinha. (TF)

*** Vale observar o seguinte. Bernardo da Silva tem origem desconhecida, mas, provavelmente, era natural de Salvador, filho de um tabelião Sebastião da Silva e já morava em Tamboatá desde 1716 pagando rendas desde 1698. Também se supõe que Bernardo teria nascido entre 1675/1678.