A pesquisa de Cartelle Guerra começou a ser feita há 40 anos, mas só agora o pesquisador conseguiu concluir todo o material depois de décadas de trabalho. A descoberta do fóssil do feto (Com Globo,com)
Tasso Franco , Salvador |
04/07/2023 às 18:50
Preguiça gigante de Campo Formoso, Bahia
Foto: Arquivo Pessoal
Há 40 anos, um fóssil de um feto de uma preguiça gigante foi encontrado no Brasil. A ossada da mãe, prenha do filhote, também estava em bom estado. As descobertas inéditas foram feitas na Bahia e divulgadas só agora pelo responsável pela pesquisa, o paleontólogo do Museu de Ciências Naturais da PUC Minas e doutor em Morfologia pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Cástor Cartelle Guerra.
"Há anos descobri um esqueleto de preguiça extinta. Durante a escavação, a grande surpresa: era uma fêmea e com o feto. Isso é um achado mais do que raro, é raríssimo", disse o pesquisador.
O feto, encontrada em uma gruta, na cidade de Campo Formoso (BA), é da espécie Nothrotherium Maquinense, mesmo animal descoberto pelo paleontólogo Peter Lund, na Gruta de Maquiné, em Cordisburgo, na Região Central de Minas Gerais, em 1836.
A pesquisa de Cartelle Guerra começou a ser feita há 40 anos, mas só agora o pesquisador conseguiu concluir todo o material depois de décadas de trabalho. A descoberta do fóssil do feto será divulgada oficialmente em publicações científicas. Segundo Cástor, esta é a primeira vez que um registro como este é feito no Brasil.
"A preservação do feto é extraordinária, melhor que o da mãe", conta o professor. A mãe media cerca de seis metros, já o feto tinha cerca de 25 centímetros", completou.
O achado, que demoramos anos para dar conhecimento publicamente, é espetacular e único, no ponto de vista da ciência. Isso é valorizar nosso passado", reforçou o pesquisador.