Cultura

GLOBO REPÓRTER VAI MOSTRAR LADO FOLCLÓRIO DA INDEPENDÊNCIA DA BAHIA

A repórter Camila Marinho percorre lugares como Itaparica, Cachoeira, Santo Amaro, e revê capítulos da História do país. Nenhum desses locais teve lutas.
Tasso Franco , Salvador | 29/06/2023 às 19:30
Bembé de Santo Amato
Foto: Globo
   


“Nasce o sol a 2 de julho. Brilha mais que no primeiro. É sinal que neste dia. Até o sol é brasileiro”. Os versos do hino do estado da Bahia embalam o ‘Globo Repórter’, que vai ao ar nesta sexta-feira, 30 de junho. Às vésperas da comemoração pelo bicentenário da Independência do Brasil na Bahia, o programa explora cidades que foram palco das batalhas pela libertação do domínio português. A reportagem de Camila Marinho passa por lugares como Itaparica, Cachoeira, Santo Amaro e revê capítulos importantes da História do país.

“Vai ser uma oportunidade de o Brasil conhecer mais sobre a verdadeira luta pela independência que trouxe a tão sonhada liberdade. E uma história contada pelo povo baiano. Gente como Felipe Brito, natural de Itaparica e autodidata, que depois de muita pesquisa conseguiu comprovar a existência de uma das heroínas desta luta, a marisqueira Maria Felipa”, conta a jornalista.

A primeira parada é na paradisíaca Ilha de Itaparica, cenário de umas batalhas mais sangrentas pela independência. “Estamos no palco onde aconteceu o confronto bélico mais importante em todo o território nacional. O resultado dessa batalha acabou sendo publicado nos jornais do Rio de janeiro, Londres, Portugal, e até mesmo na Holanda, como um grande vexame para militares portugueses, oficiais de Marinha, que perderam para uma população de uma ilha no recôncavo baiano”, pontua Felipe Brito, que se debruça em suas pesquisas para mudar a história contada nas escolas: “Os portugueses não contavam de encontrar um população resignada em defender o seu território. Distribuídos nessas trincheiras, os itaparicanos protagonizaram um episódio fantástico de defesa, primeiro, do seu território - do lugar onde estavam enterrados os seus mortos - e também, por consequência, da Bahia e do Brasil”.

A repórter seguiu para Cachoeira, cidade que organizou a resistência, antes do Grito do Ipiranga, e onde, no dia 25 de junho de 1822, aconteceu a batalha entre portugueses e baianos, que marca o começo da guerra. Com a fundação da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia, em 2006, e por conta do cenário histórico, o município se tornou um polo universitário. O programa mostra ainda como a população quilombola contribui para a preservação do meio ambiente na região, principalmente, pela forma respeitosa como utiliza aquele espaço.

Em Santo Amaro da Purificação, o programa dá detalhes da festa Bembé do Mercado, tradicional reunião do terreiros da cidade, que acontece ao ar livre e inclui oferendas para Iemanjá e Oxum. “A gente celebra ter sobrevivido à libertação, quando o escravo foi ‘liberto’ e jogado aos leões. Como é que o escravo é libertado e não tem o que comer, o que vestir, o que beber? Não tem uma terra para plantar...Ele foi solto para ser morto”, defende o babalorixá Pai Gilson.
 
As histórias da Santo Amaro, berço do samba de roda e da família de Caetano Veloso e Maria Bethânia, também são revisitadas pelo ‘Globo Repórter’, que passa ainda pela Casa de Dona Canô e acompanha a festa de 2 de julho na cidade, a grande comemoração pela expulsão dos último colonizadores portugueses do país.