Cultura

ARRAIÁ DO POETA EM CASTRO ALVES ÚNICO COM CARA DE SÃO JOÃO NA BAHIA

Prefeito de Castro deveria receber uma comenda por fazer o verdadeiro São João
Tasso Franco , Salvador | 25/06/2023 às 09:04
Beijus feito como os roceiros faziam
Foto: Mateus Pereira
  Até que enfim apareceu uma localidade com cara de São João no Recôncavo da Bahia, a cidade de Castro Alves, que leva o nome do poeta baiano. Um arraiá tipico com bandeirolas feitas pela comunidade, casa de taipa como a dos roceiros antigos, casa de farinha e de beijus, música junina e dança do forró. Um bom contraste ao que se observa na maioria das cidades baianas que adotou o modelo showzão com artistas sertanejos famosos.

   Neste São João 2023 a cultura junina foi para o espaço. O São João das familias nas portas das casas, as brincadeiras e simpatias, o pular a fogueira, etc, desapareceu do cenário salvo exceções. O que vale são os enormes shows que reunem multidões que mais parece um carnaval do que São João. Mas, paciência, a cultura também é dinâmica, muda com o passar dos anos. A preocupação é que está mudando para pior e com o carimbo da política.

   E onde a política entra a cultura desaparece. Os politicos detestam cultura e querem fazer as manifestações de acordo com os seus gostos, com o pensar nas urnas. Em Salvador, por exemplo, avança uma aberração junina chamada "samba junino" e os shows do Parque de Exposições lebram os anigos festivais de verão da cidade imitando até a queima de fogos de artifício.

   Houve uma época, do saudoso Paulo Gaudenzi, que a cidade de Cachoeira e sua feira do porto tinha cara do verdadeiro São João. Cachoeira, na atualidade é um arremedo, até o licor da cidade que um dia era famoso virou uma garapa.