Cultura

REZA PÚBLICA PARA SANTO ANTÔNIO NO ALTAR DE RODRIGUES GUEDES NO CARMO

Aconteceu a última noite nesta terça-feira, 13 de junho
Tasso Franco ,  Salvador | 13/06/2023 às 21:13
Altar do Rodrigo Guedes
Foto: BJÁ
   Aconteceu na noite desta terça-feira uma ‘reza pública’ na casa da avó matern do artista visual Rodrigo Guedes, na Rua Direita do Carmo onde também houve missa campal. A memória afetiva mais antiga de Rodrigo deu origem à tradição realizada na casa de dona Maria Socorro, mais conhecida como Moriô, há 17 anos. Desde de 2007, em todo primeiro de junho, a residência de fachada amarela, com a imagem de Santo Antônio estampada em azulejos, abre as portas para receber os fiéis devotos.

“Aqui, nós temos ele (Santo Antônio) como dono do bairro. É um motivo de alegria, de festa, de renovação e esperança. São treze noites voltadas ao sagrado, renovando a nossa esperança e a nossa fé. (...) Eu resgatei uma história minha e tornei pública, permitindo que as pessoas tivessem acesso à casa e à história de Santo Antônio, com intuito de relembrar todas as manifestações religiosas que eram feitas em casa.”

“Sempre vivi a trezena dentro de casa. É uma coisa religiosa, ancestral, de avó, de bisavó. São tradições religiosas, que, independentemente de serem feitas em Salvador ou não, sempre remetem à família, à união, às festas juninas, que perduram durante os anos. Cada um com seu costume, com sua forma de celebrar Santo Antônio”, disse o artista ao Correio.

Na casa de dona Moriô e Rodrigo, a devoção ao santo é escancarada nos quatro cantos. Além de aparecer em 22 imagens tradicionais de uma coleção particular, o franciscano é homenageado em uma gruta, com uma imagem de 1968. Praticamente um memorial de Santo Antônio, a residência do artista ainda deixa exposto o diploma de membro da Irmandade de Santo Antônio, concedido a avó paterna do devoto, dona Elza Guedes, que faleceu no dia do casamenteiro, em 2015.

“Desde criança, tenho lembranças da minha relação com Santo Antônio, por causa da família. Não foi uma coisa passada para outra pessoa, veio diretamente para mim. Eu abracei, não foi nada imposto, foi uma coisa espontânea, como um chamado de resgate de memória da minha família, que eu não poderia deixar perder.”