A próxima quinta-feira (11) é dia de celebrar a história de Salvador (BA)! Após três anos de obras, os painéis de azulejaria portuguesa do Claustro da Igreja e Convento de São Francisco serão entregues restaurados aos soteropolitanos, às 14h30. Executada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), a obra recebeu recursos de cerca de R$ 4,1 milhões do Fundo de Direitos Difusos (FDD), do Governo Federal. Estarão presentes na entrega a o presidente do Iphan, Leandro Grass, o superintendente do Iphan-BA, Hermano Queiroz, entre outras autoridades. 

 

O restauro contemplou a execução de serviços para estancar o processo de degradação causado pela ação de intempéries e de agentes físicos, químicos e biológicos. A diferença salta aos olhos: antes apagados e danificados, agora os azulejos retomaram a vivacidade das cores e unidade estética. Agora, os bens integrados podem ser apreciados em toda sua beleza, de modo a preservar esse legado artístico para as futuras gerações.  

 

A execução da obra gerou cerca de 30 empregos diretos. Além disso, promoveu o desenvolvimento profissional de estagiários, menores aprendizes e auxiliares no ofício de restauração de azulejos: agora, esses profissionais estão qualificados para integrar equipes em outras obras similares. 

 

Exemplar do período da grande produção joanina em Portugal, o conjunto azulejar é considerado o mais importante entre os revestimentos de azulejos do século XVIII no Brasil. 

 

O conjunto da Igreja e Convento de São Francisco é um dos mais expressivos exemplares do barroco brasileiro, além de ser um dos monumentos históricos e artísticos mais importantes de Salvador. Foi eleito uma das sete Maravilhas de Origem Portuguesa no Mundo, junto com a também brasileira Igreja de São Francisco de Assis, em Ouro Preto (MG), e outras edificações ao redor do globo. 

 

O claustro inferior possui 37 painéis de natureza figurativa. Com data estimada entre 1746 e 1748, baseiam-se nas gravuras do pintor flamenco Otto Venio, reproduzidas no livro “ Theatro Moral de la Vida Humana”. Inspirada nos versos de Horácio, a obra foi publicada pela primeira vez em 1607. 

 

Cada ala da edificação representa um dos quatro temas que orientam a direção dos freis na hora de caminhar e meditar pelo claustro: glorificação da virtude/sabedoria, sabedoria do bem viver/fugacidade do tempo, amizade recíproca/contrastes entre vícios e virtudes, e, por fim, solicitações e desprezo ao dinheiro. Já nos painéis do claustro superior estão retratados a natureza domesticada, cavaleiros em viagem, batalhas e conquistas. Tanto na face interna quanto na externa do guarda corpo estão representadas cenas da vida cotidiana, caça, pesca, diversão e música. 

 

Salvador  

O conjunto urbanístico e arquitetônico contido na poligonal do centro histórico de Salvador - declarado Patrimônio Mundial, pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) em 1985 - é um dos mais importantes exemplares do urbanismo ultramarino português. Com seus becos e ladeiras, acolhe um dos mais ricos conjuntos urbanos do Brasil. Delimita em dois planos as funções administrativas e residenciais (no alto), e o porto e o comércio (à beira-mar).