Cultura

PAÇO MUNICIPAL SERRINHA AGONIZA E MORRE AOS POUCOS À BEIRA DO TÚMULO

A morte anunciada há mais de 30 anos da antiga Prefeitura e Câmara de Serrinha
Tasso Franco , da reda��o em Salvador | 13/04/2023 às 10:11
Paço Municipal de Serrinha
Foto: BJÁ
   O antigo Paço Municipal de Serrinha - sede da Prefeitura, Câmara e Cadeia - que data do início do século XX erguido pelo intendente Luis Nogueira está agonizando, debatendo-se entre a vida e a morte. Mais à beira do túmulo do que à conquista da vitalidade. 

  No entanto, resiste, como as catacumbas romanas, como um templo grego, seus alicerces ainda firmes, suas paredes rijas, a águia que encima o edifício se mantém com as asas abertas. Ninguém sabe até quando isso vai durar. Uma boa parte já foi ao rés-do-chão e agora plantas trepadeiras nascidas do terra mãe, sem ninguém a plantá-las e regrá-las, sobem suas paredes e atingem suas janelas como se as tivessem protegendo-as.

  A natureza parece dar uma resposta à falta de sensibilidade da Prefeitura e do governom do Estado com tão absurdo descaso. Isso não vem do tempo recente, do advento do Senhor, mas acontece há mais de 30 anos e o paço que um dia e durante muitas décadas abrigou os poderes executivo e legislativo de Serrinha, a sede do IBGE e outros, desaba, morre definitivamente. 

  E, lembrando dos tempos mais antigo, de quando a Serrinha foi fundadada, completando em 6 de setembro 300 anos de existência, foi o local da morada da familia Bernardo da Silva, aquele que comprou da viúva Guedes de Brito, o então sitio Serrinha, em 1723, mudando-se do Tamboatá para este local e fundar o povoado, vila e depois cidade.

   A Serrinha que um dia vi pujante com seu casario dos tempos da Colônia, do Império e da República Velha visitada por Ruy Barbosa na campanha civilista, cantada pela boemia de DWilson e Matos e narrada em escritos por Reginaldo Ribeiro e Bráulio Franco derrete a sua história pela incúria. (TF)