Cultura

PARIS AO SOM DO BANDOLIM, CAP 52: SUNSET CLUB DE JAZZ DA RUE LOMBARDS

Jazz chegou a Paris com os nortes americanos pós guerra e pegou sendo um dos sons mais ouvidos
Tasso Franco , Salvador | 23/02/2023 às 10:34
Jazz em Paris no Sunset
Foto: BJÁ


Assistimos yo e la madame Bião de Jesus a um concentro de jazz intitulado "Tribute a Chet Baker" no Sunset/Sunside, um dos principais clubes de jazz de Paris, fundado em 1983 e o primeiro a se estabelecer na Rue des Lombards, que abriga vários outros clubes de jazz famosos, como Le Baiser Salé e Le Duc des Lombards. 

   A Lombards, de ponta-a-ponta é uma rua da noite com bares temáticos, clubes de dança, restaurantes, neons, ponto-de-encontro de músicos, artistas, enfim, uma muvuca permanente. 

   O ingresso custa 28 euros por pessoa e o local tem serviço de bar - drinks, beers, vinhos, etc - que podem ser comprados antes do espetáculo e durante o intervalo de 15 minutos em show que dura aproximadamente 2 horas e começa às 21h30min. Para quem não tem veiculo próprio a estação de metrô Chatelet fica próxima e táxi após o evento é fácil de encontrar.

   O trio que tocou na noite em que por lá estivemos (samedi, sábado) era composto por Robin Mansanti (trompete e vocal), Dexter Gondberg Piano) e Jean Bardy (contrabaixo base). Na página da web de Mansanti, lê-se que Chet Baker (tumpetista norte-americano) foi fundamental na sua jornada musical. 

   Ele descobre aos 17 anos um vídeo de seu "Live at Ronnie Scott's", e sabe então que é isso que ele quer fazer. Depois de frequentar o departamento de jazz do conservatório de Auxerre  ingressou na escola de jazz parisiense ARPEJ e começou a frequentar os clubes de jazz da capital ( Duc des Lombards). Em 2011, pudemos ouvi-lo no show da France InterHUMOR DO VAGABUNDO " Chet Baker pensa em sua arte ". Em julho de 2013, apresentou-se durante uma semana em residência no Petit Journal Montparnasse com o pianista Mario Canonge em particular. 

  Em dezembro de 2013, foi convidado, juntamente com Tom McClung (pianista de Archie Shepp) e o contrabaixista Jean Bardy, para um concerto em homenagem a Chet Baker, como parte do vigésimo aniversário do Annecy Jazz Club. Com o tempo outras influências como Bill Evans, Miles Davis ou mesmo Art Pepper vieram a se misturar com a de Chet Baker. Em setembro de 2018, ganhou o 1º prémio de melhor solista nos Troféus Sunside.
 
    O PIANISTA

   Nascido em 1987, Paris, Dexter Goldberg é filho de pais músicos profissionais, começou a música com percussão e muito rapidamente se dedicou à composição e improvisação. Ele só chega ao piano aos 16 anos, mas rapidamente cresce seu universo criativo lá. A partir de 2007, estudou com Olivier Hutman, Misja Fitzgerald, Philippe Baudoin.

  Em 2010, já foi contratado pelo saxofonista americano Ricky Ford (Charles Mingus, McCoy Tyner etc.) para 2 CDs: "7095" (Harmonia Mundi) e o "Sacred Concert". Ele também conhece o baterista Sangoma Everett com quem fará uma turnê internacional.

  Dexter ingressou então no Conservatório Nacional de Música de Paris (seção de jazz e música improvisada) onde estudou composição, piano e ritmo com Pierre De Bethmann, Dré Paellmaerts, François Thébèrge e Riccardo Del Fra. No mesmo ano tocou com o famoso Benny Golson no festival "Les Tombées de la Nuit".

Gravou seu terceiro CD com seu pai Michel Goldberg como quarteto (CD "Pure Imagination") e apareceu com várias formações ("Ricky Ford Duo", "Robin Mansanti Trio", "BzH Crew" com Maxence Ravelomanantsoa, etc.).

Ganhou o 1º prémio do Conservatório de Paris em 2014 e decidiu formar o Dexter Goldberg Trio, com o qual ganhou o dispositivo "Fresh Sound" e o Jazz Honor Prize no International Léopold Bellan Competition.

A partir de 2015, o talento de Dexter Goldberg continua a revelar-se através dos locais onde os parceiros que nele confiam (Sunset-Sunside, Jazz à l'Ouest, Prysme). Dexter também tem uma intensa atividade como sideman e é regularmente chamado para tocar com músicos de jazz americanos e franceses (Ralph Moore, Gene Perla, Jason Marsalis, Steve McCraven, John Betsch, para citar apenas alguns).

 JEAN BARDY

  Francês, nascido em 3 de março de 1957 em Soisy/Montmorency (95) 1970 Estudos de guitarra clássica no CM de Soisy/Montmorency 1973 Primeiros concertos de Rock e Jazz Rock (guitarra e baixo) 1977 Estudos de contrabaixo no CM de Eaubonne (95) com A.Gaudillat (Orch.Paris) 1979 Primeiros concertos de Jazz na região de Paris (contrabaixo e contrabaixo) 1981/83 Primeiro emprego como professor, professor de contrabaixo no CIM 1983/84 Professor de contrabaixo na Arpej 1985/87 Harmonia- estudos de contraponto com Julien Falk. 1987/88 Conhece e trabalha com o trompetista Chet Baker 1990

 CHET BAKER 

Chesney Henry "Chet" Baker Jr. (23 de dezembro de 1929 - 13 de maio de 1988) foi um trompetista e vocalista de jazz americano. Ele é conhecido por grandes inovações no cool jazz que o levaram a ser apelidado de "Príncipe do Cool".

Baker ganhou muita atenção e elogios da crítica durante a década de 1950, particularmente para álbuns com seus vocais: Chet Baker Sings (1954) e It Could Happen to You (1958). O historiador de jazz Dave Gelly descreveu a promessa do início da carreira de Baker como "James Dean, Sinatra e Bix, reunidos em um".[4] Seu hábito de drogas bem divulgado também impulsionou sua notoriedade e fama. Baker entrou e saiu da prisão com frequência antes de desfrutar de um ressurgimento da carreira no final dos anos 1970 e 1980.