Cultura

COMANCHES DO PELÔ A RESISTÊNCIA DO SEGMENTO INDIO HÁ 49 ANOS NO MOMO

Aos 49 anos de fundação o bloco mantém símbolos da cultura indígena em adereços e pinturas dos foliões, em alas de fantasias e nos destaques no trio
Tasso Franco , Salvador | 20/02/2023 às 11:44
Trabalho de Jorginho Comancheiro
Foto: : MOSKOW

O Carnaval de Salvador é o palco para a diversidade de ritmos e referências culturais. Prova disso foi o desfile realizado neste domingo (19), no Circuito Osmar - Campo Grande, pelo Commanche do Pelô, que representa o segmento Bloco de Índios no Programa Carnaval Ouro Negro 2023, que investiu neste ano mais de R$ 7,6 milhões. Aos 49 anos de fundação o bloco mantém símbolos da cultura indígena em adereços e pinturas dos foliões, em alas de fantasias e nos destaques no trio.  

O bloco entrou na passarela do Campo Grande pedindo respeito às comunidades indígenas brasileiras. Em cima do trio, mulheres vestidas com adornos relacionados aos povos indígenas como cocares e coloridos penachos. Centenas de associados se esbaldaram ao som de sucessos do samba carioca. Na animação, os cantores Leandro de Menor, O Pretinho, Val Aquino, além de Jorginho Commancheiro, que também é presidente do bloco.  

Entre as referências cantadas, o bloco de samba do Rio de Janeiro, Cacique de Ramos, que estimulou os commancheiros (como são chamados os integrantes do bloco) a organizarem animadas rodas de samba, em plena avenida. 

O Commanche resiste ao manter um desfile trazendo símbolos da cultura indígena, uma tendência marcante no carnaval de Salvador, a partir da década de 1960, quando surgiram entidades influenciadas pela cultura cinematográfica norte-americana e seus filmes de faroeste.  

Além do Commanche, tornaram-se muito populares no Carnaval, o Caciques do Garcia e Apaxes do Tororó, que eram referência de musicalidade, com sua baterias no chão.  

No turbilhão de encontros culturais, os blocos de índios do Carnaval de Salvador não tinham como referência os indígenas brasileiros. Os Commanches, por exemplo, são um grupo nativo da América do Norte, que ocupou grandes extensões de terra no que hoje é o estado do Texas. Eles tinham domínio na montaria de cavalos e criavam búfalos. No auge do bloco, os foliões já desfilaram até com cavalos na Avenida do Carnaval de Salvador.