Cultura

A INCONFUNDÍVEL VOZ DE ALOÍSIO MENEZES NO PALCO QUINCAS BERRO D’ÁGUA

No repertório apresentado no carnaval de 2023 no Circuito Batatinha, o cantor evocou músicas que falam de ancestralidade
Ascom Cultura , Salvador | 20/02/2023 às 15:07
Aloísio Menezes
Foto: Sandro Honorato

A inconfundível voz do Cortejo Afro subiu hoje, domingo de carnaval, dia 19, no palco do Largo Quincas Berro D’água. Vestido num macacão de tecido africano, cabelo roxo trançado com fios dourados tal qual um rei. Aloísio Menezes é morador do Pelourinho há mais de 30 anos e ao subir nos palcos dos largos de seu bairro, sempre exala maestria com sua grave voz e intensa elegância,

 

“Eu me sinto resgatado mais uma vez pelo Governo do Estado. Hoje é um momento muito mágico na vida de cada artista porque foram às pessoas que mais sofreram com a pandemia, foram os primeiros que fecharam seus estabelecimentos e pararam de trabalhar e também foram os últimos retornar”, afirma Aloísio. “Ficamos literalmente sem saber o que era fazer o povo sorrir e ser feliz. Esse é um momento muito interessante, pois, depois que mudamos o cenário político, a energia, a alegria das pessoas está diferente!”, completou o artista.

 

No repertório apresentado no carnaval de 2023 no Circuito Batatinha, o cantor evocou músicas que falam de ancestralidade, cantou hits dos carnavais de Salvador e ainda, o bom reggae de Edson Gomes e sambas relíquias do Brasil. No momento da interpretação da música “Chame Gente”, o Largo Quincas Berro D’água mais parecia um cardume de pessoas contentes. A coreografia dançada pelo povo nada parecia com os passinhos de Tik Tok. O bom e velho trenzinho com uma fileira de pessoas pulando umas atrás da outras foi o que se destacou no espaço.

 

Por último, Aloísio cantou também uma música de seu repertório próprio. “Ajeumbo”, que está na boca do povo e se despediu com canções pedidas pelos seus fãs. Para a Secretaria do Governo do Estado da Bahia, Menezes revelou estar buscando por fomento para estrear um espetáculo com direção de Elísio Lopes Jr em homenagem ao cantor de escola de samba falecido em 2008, Jamelão. “Aloísio canta Jamelão – título do show - é uma homenagem porque Jamelão tem uma história na nossa música que muitas pessoas desconhecem, como dizem que eu tenho um timbre que lembra a Jamelão, então,  quero contar essa história”, explicou o artista.

 

Outros shows - Cantando grandes sucessos de outros carnavais, a banda Espelhart pisou no mesmo palco que Aloísio hoje. O grupo reuniu crianças e adultos de diversos lugares do país às 14h30 no Quincas. Na sequência, um pouco mais para o fim da tarde, Rikk dPater fez o mesmo. Ao som de “Minha Pequena Eva”, sacudiu a multidão de pessoas que antes estavam sentadas nos barzinhos que fazem parte do entorno do Largo.

 

  “É sempre uma maravilha tocar no Pelourinho, especialmente depois de dois anos sem carnaval. Já entro no palco arrepiado, parece que algo mágico acontece dentro de mim, não tem explicação”, disse Rikk. Ele espera que o ano seja promissor para todas as artistas que tocaram no carnaval do Pelô”, e pelo que o palco Quincas Berro D’água recebeu hoje, será.