Um momento extremamente difícil na vida do atleta brasileiro preso numa penitenciária de Barcelona, Espanha
Na última Copa do Catar, aos 39 anos de idade, era o jogador mais velho convocado e levado por Tite e embora não tenha atuado atuava como uma espécie de conselheiro informal dos atletas, incentivador e orientador. Quando a seleção foi desclassificada no jogo contra a Croácia foi a campo consolar os brasileiros inconformados e chorosos com a derrota.
Diz-se que, do muito que Messi fez no Barcelona em gols se deve a assistência dada pelo laterial Daniel Alves que o colocava em posições excelentes.
Era um lateral clássico com perfeito domínio da bola, com lançamentos espetaculares, controle da pelota como poucos, elegante no jogar, altivo, até goleador.
Imaginava-se que o coroamento de trajetória tão brilhante no futebol, carreira iniciada no Bahia deste jovem juazeirense, fosse num adeus vestindo a camisa verde amarela em partida de despedida, na seleção que consagrou Pelé e Garrinha.
Daniel, no entanto, num ato impensado, ninguém sabe ainda ao certo porque motivos agiu de forma tão irracional diante de uma jovem catlalã numa boite chic de Barcelona cometeu um possível estupro segundo os indícios já comprovados pela Polícia (Os Mossos) e levado a cárcere preventivamente por determinação de uma juiza, após uma audiência de custódia, o que poderá lhe render entre 1 a 15 anos de reclusão, agora, com a lei penal da Espanha mais dura (sim é sim) para esse tipo de crime.
Já revelado um agravante de que o jogador teria enviado a Antena 3, um canal de TV, um video em que se dizia inocente no caso, porém, diante da Polícia entrou em contradições e acabou por confessar o possível crime.
Caberá a defesa do jogador, por advogado experiente e que já atuou no caso Robinho, tentar amenizar o relaxamento da prisão em Brians 1, a penitenciária modelo de Barcelona, mas não o livrará de um julgamento mais adiante.
O certo é que o jogador encerra a sua carreira uma vez que o Puma, time do México onde atuava já rescindiu seu contrato, e diante de caso tão rumoroso e só agora começando a ser analisado (sem data certa para ir a julgamento), aos 39 anos de idade, pendura as chuteiras que um dia tanto brilharam de forma que ninguém esperava.
Se tem um jogador da seleção querido da torcida, especialmente na Bahia, é Daniel Alves. Claro que existem aqueles que não gostavam dele e criticaram muito Tite por sua última convocação, mas a maioria dos torcedores o adorava.
Casado com uma modelo espanhola belíssima e de carreira em ascensão Daniel Alves era também um modelo estiloso que usava looks da última moda e servia de inspiração a muitos jovens brasileiros.
Atuava como defensor das minorias e da luta contra o racismo e, certa ocasição, em jogo na Espanha jogaram uma banana em sua direção (simbolizando que estava alimentando um macaco) pegou a fruta no chão do gramado e comeu um pedaço dela. Estava, pois, acima dessas questões com uma visão internacionalizada contra o racismo.
Infelizmente, temos que escrever essas linhas para um craque de futebol que nos deu tanta alegria e era um dos mais premiados do Brasil, baiano, alegre, cheio de vida, agora passando por um momento extremamente delicado em sua trajetória, não necessariamente o seu fim como pessoa humana, porém, com pena à frente a ser cumprida após cometer um erro grave, um deslize que só ele mesmo alguma dia, mais adiante, poderá explicar.
Lembrei-me de Nietzsche em "Dá Visão do Enigma" em "Assim falou Zaratrusta": - Pois o que de felicidade encontra-se ainda a meio caminho entre o Céu e a Terra, procura então, como abrigo, uma alma luminosa: de felicidade toda luz se fez agora mais silente.
Daniel está a caminho de cumprir a sua pena e encontrar adiante uma nova luz. (TF)
