Cultura

MARGARETH TOMA POSSE NA CULTURA E FALOU APENAS DA REFUNDAÇÃO DO MINC

Com Correio Braziliense
Tasso Franco ,  Salvador | 03/01/2023 às 11:55
Margareth Menezes na posse
Foto: Minervino Jr
   A cantora e ativista cultural Margareth Menezes tomou posse como ministra da Cultura, no início da noite desta segunda-feira (2/1), no Museu Nacional da República, em Brasília. Para marcar a recriação da pasta, extinta no governo de Jair Bolsonaro (PL), a solenidade ocorreu em clima festivo, embalada por apresentações musicais. Além de Margareth, o novo secretário-executivo de Cultura, Márcio Tavares, também foi empossado. 

Entre os presentes na cerimônia estiveram a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, o governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT), a governadora do Rio Grande do norte, Fátima Bezerra (PT), e a primeira-dama, Janja Lula. Artistas também estiveram presentes, como o comediante Paulo Vieira, a cantora Fafá de Belém e o cantor Romero Ferro.

“Damos início a desafiadora função de refundar o Ministério da Cultura”, declarou a nova ministra. Margareth lembrou Gilberto Gil, ministro da Cultura no primeiro governo Lula, a quem agradeceu por “abrir portas” para a posse dela, a primeira mulher negra a assumir a pasta. “Acompanhamos o diálogo e vimos a destruição perversa da cultura nacional. (…) Junto aos meus colegas, ouvimos as pessoas. Me emocionei com relatos de lutas por seus diretos e busca pela dignidade”, disse. De acordo com Margareth, “respeito e cuidado” serão o os guias de sua gestão.

Um ponto de bastante destaque no discurso de posse foi a extinção da pasta no governo de Jair Bolsonaro. Michel Temer (MDB) também anunciou que o ministério seria extinto e incorporado ao Ministério da Educação, em 2016, mas voltou atrás após pressão popular. Segundo Margareth , "nunca mais" a Cultura deixará de ter um Ministério. “Como aceitar que o nosso Ministério da Cultura, dessa profunda riqueza, tenha desaparecido por duas vezes do nosso horizonte? Nunca mais", disse. “Nós merecemos o nosso ministério. O Brasil tem uma das mais ricas, potentes e respeitadas forças de produção cultural do mundo. Que o nosso Minc nunca mais desapareça”, afirmou.

No discurso de posse, a cantora falou sobre as perdas do setor durante a pandemia. Segundo ela, foram R$ 63 bilhões que deixaram de ser movimentados no Brasil por conta das paralisações em prol do distanciamento social. Ela lembrou também as mortes do comediante Paulo Gustavo e do letrista Aldir Blanc. “Dois artistas que hoje são potentes símbolos de luta dos fazedores de cultura do Brasil”, lamentou a perda.