Cultura

PARIS AO SOM DO BANDOLIM, CAP 27: O MUSEU DO LOUVRE, A 7ª MARAVILHA

Um ponto obrigatório de visita para quem, vai a Paris
Tasso Franco ,  Salvador | 27/11/2022 às 08:34
O museu mais visitado em todo mundo
Foto: BJÁ

  O Museu do Louvre (Musée du Louvre) impressiona por sua dimensão (73 mil metros quadrados), pela quantidade e qualidade das obras existentes em seus pavilhões, por abrigar numa de suas salas o quadro "A Mona Lisa", de Leonardo da Vinci, datado do início do século XVI - marca profundamente o renascimento italiano - por sua história, por suas coleções da pré-história e por ser o mais visitado do mundo. 

   Antes da pandemia do coronavirus (2019) recebeu 9.6 milhões de pessoas e, em 2022, com a suspensão das restrições do uso de máscaras e abertura livre às visitas estima-se que esse número poderá passar dos 10 milhões de visitantes.

   A realidade é que o período crítico da pandemia (2020/2021) ficou para trás (aparentemente) e, embora a OMS não tenha decretado o seu fim, a França reabriu os seus museus, igrejas, galerias, teatros, Torre Eiffel, etc, e passeios pelo rio Sena e os turistas retornaram a Paris com uma ansiedade enorme e a cidade está repleta deles praticamente neste início de verão. 

  E, claro, um lugar obrigatório de visita é o Louvre que é incluído em todos os roteiros de viagens dos turistas e muita gente já chega a esta cidade com os bilhetes de acesso ao museu comprados nos seus países. O ingresso custa 17 euros por pessoa. 

   De qualquer maneira, quem não comprou antecipado nos seus países pode comprar pela internet ao chegar na França ou mesmo na bilheteria do museu. As filas para acesso ao museu são grandes, porém nada assustadoras, salvo nos finais de semana. 

  Mas, vale a pena qualquer esforço para conhecer o Louvre e sua história, originalmente um castelo fortaleza no reinado de Felipe II (século XII). Com o passar dos anos, em 1546, Francisco I a converteu em residência real. 

   Com a decisão de Luís XIV, o rei que mais tempo governou a França, por mais de 70 anos, em construir um palácio fora da cidade de Paris, em Versalhes - uma das decisões mais polêmicas do reinado francês - o rei transformou o Louvre num museu real exibindo as suas coleções, em especial as esculturas gregas e romanas, que estão até hoje por lá, bem como objetos e peças do Egito antigo.

  Em 1692, o edifício foi ocupado pela Académie des Inscriptions et Belles-Lettres e pela Académie Royale de Peinture et de Sculpture, que em 1699 realizou o primeiro de uma série de exposições. A Académie permaneceu no Louvre por 100 anos.

   Durante a Revolução Francesa, a Assembleia Nacional decretou que o Louvre deveria ser usado como museu para exibir as obras-primas do país. A Revolução Francesa mexeu com todas as instituições na França e particularmente em Paris, o mesmo acontecendo com a ocupação nazista durante a II Guerra Mundial, até a expulsão dos alemães pelas tropas norte-americanas e canadenses, e as forças francesas do marechal De Gaulle, em 1945.

  A coleção do museu é dividida em oito departamentos curatoriais: antiguidades egípcias; antiguidades do Oriente Próximo; antiguidades gregas, etruscas e romanas; arte islâmica; esculturas; artes decorativas; pinturas; impressões e desenhos.

  A pirâmide do Louvre foi construída em vidro e metal obra do arquiteto sino estadunidense Ieoh Ming Pei (falecido em 2019) e tem 21 metros e altura e 34 m de comprimento. É constituída por 603 peças de losangos e 70 segmentos triangulares de vidro.  

  Alegam-se que alguns painéis têm exatamente o número 666, considerado o Número da Besta associado a Satanás. Foi projetada no início dos anos 1980 e erguida entre 1985-1989. Apesar de muitas críticas que recebeu naquela época, hoje, está incorporada ao museu no seu pátio principal. É a porta de entrada. Imortalizou Ming Pei.

   É isso que o visitante vê no Louvre. Além do que, o museu está localizado no coração da cidade (1º arrondissement, distrito) e o visitante, se assim quiser e tempo tiver, andar entre o Arco do Triunfo do Carrossel - que fica bem próximo - pelos jardins das Tulherias que data do século XVI até a Praça de la Concorde.

  Ou se tiver fôlego ir andando até a Champs Elysée e o Arco do Triunfo. As opções de passeios por essas áreas adjacentes ao Louvre são imensas. O visitante também pode optar por passear às margens do rio Sena (o Louvre fica na margem direita) e conhecer a Île-de-France, a Notre Dame, o Museu d'Orsay que fica de frente para o Louvre (margem esquerda do rio), as pontes Neuf e Alexandre III, observar os vendedores de livros e os pintores à margem do Sena e assim por diante.

  A monumentalidade do Louvre permite esse tipo de passeio desfrutando de sua imagem do antigo Castelo. É um dos mais agradáveis passeios em Paris. Claro, é preciso ter tempo e muitas vezes durante uma excursão turística não dá para fazer tudo isso, o que exige, ao menos dois a três dias.

  O quadro mais visto do Louve, sua obra principal, é a Mona Lisa de Leonardo da Vinci que tem uma ampla sala só para ela com fila organizada de visitantes e quatro monitores vigiando as pessoas e pedindo para serem rápidos nos registros das fotos e olhares ao quadro.

  Por que este quadro pequeno pintado no início do século XVI (1503) também conhecido como A Gioconda - "a sorridente"; ou ainda Mona Lisa del Giocondo - "Senhora Lisa esposa de Giocondo" - é tão cortejado e todo mundo que vai ao Louvre quer vê-lo, se existem milhares de outros quadros e esculturas bem mais bonitos e expressivos do que ele? São mistérios que a própria razão desconhece. O certo é que La Gioconda é o grande chamariz do Louvre, a estrela máxima.

   Conheço-o desde 1980 e já a visitei ao menos 4 vezes que me lembro. Toda vez que tenho a oportunidade de estar em Paris vou ao Louvre. Nesta temporada - junho de 2022 - houve uma mudança significativa no acesso ao museu que é feito a partir da Pirâmide e tem acesso a uma imensa área subterrânea (também conhecida como da Pirâmide invertida) onde foi construído um shopping que dá acesso a Rue de Rivoli, e onde estão situados restaurantes, lojas, livrarias, galerias de arte e outros. Isso não existia nas visitas anteriores que fiz. 

   A sala onde fica o quadro de Leonardo da Vinci tem outros quadros compondo o ambiente e está mais vigiada e os acessos as obras de arte iniciais do museu se dão pelos salões de esculturas.

  O quadro representa uma mulher com uma expressão introspectiva e um pouco tímida. O seu sorriso sedutor e onde se observa o quadro ele o acompanha com o olhar enigmático de Lisa. O seu corpo representa o padrão de beleza da mulher na época de Leonardo. Este quadro é provavelmente o retrato mais famoso na história da arte, senão, o quadro mais famoso e valioso de todo o mundo. Poucos outros trabalhos de arte são tão controversos, questionados, valiosos, elogiados, comemorados ou reproduzidos. Mas, arte é assim mesmo.

  O museu foi inaugurado em 10 de agosto de 1793 com uma exposição de 537 pinturas, a maioria das obras sendo propriedade real e confiscada da Igreja Católica. A coleção foi ampliada sob o governo de Napoleão e o museu foi renomeado como Museu Napoleão, mas após a abdicação dele, muitas obras confiscadas por seus exércitos foram devolvidas aos seus proprietários originais. A coleção foi aumentada ainda mais durante os reinados de Luís XVIII e Carlos X e, durante o Segundo Império Francês, o museu ganhou 20 mil peças. O acervo cresceu constantemente através de doações e legados desde a Terceira República.

  Em 1983, o presidente francês François Mitterrand propôs, como um de seus Grands Projets, reformar o prédio e realocar o Ministério das Finanças, permitindo exibições por todo o edifício. O arquiteto I. M. Pei foi premiado com o projeto e propôs uma pirâmide de vidro sobre uma nova entrada na praça principal, o Cour Napoléon. A pirâmide e seu saguão subterrâneo foram inaugurados em 15 de outubro de 1988 e a Pirâmide do Louvre foi concluída em 1989. A segunda fase do plano, a Pyramide Inversée (pirâmide invertida), foi concluída em 1993. Em 2002, o atendimento havia dobrado desde a conclusão.

  O que se vê no Louvre além da Mona Lisa?

  É uma pergunta difícil de ser respondia. São milhares de obras e o gosto dos visitantes é subjetivo. Tem que aprecie com mais vagar e a atenção as esculturas e há os que admiram mais os quadros a óleo. Para os leigos a média de tempo da visita dura entre 3 e 4 horas para um recorrido em todas as alas do museu. Para estudantes de artes e especialistas na matéria há quem passe dias e até semanas no Louvre. Então os critérios são os mais diversos. 

  Os especialistas apontam 19 obras como imperdíveis. São elas: O que ver no Louvre? 19 obras que são imperdíveis: 1 . Quadro ‘Mona Lisa’, de Leonardo da Vinci; 2 . Escultura ‘Vênus de Milo‘; 3 . Esculturas ‘Escravo Morrendo‘ e ‘Escravo Rebelde‘, de Michelangelo; 4 -. Código de Hamurabi; 5. Escultura ‘Psiqué Reanimada pelo Beijo de Eros‘, de Canova; 6. Túmulo de Phillippe Pot; 7. Escultura ‘Vitória Alada de Samotrácia‘; 8. Quadro ‘A Virgem das Rochas’, de Leonardo da Vinci; 9. Quadro ‘São João Batista‘, de Leonardo Da Vinci; 10. Quadro ‘As Bodas de Caná‘, de Paolo Veronese; 11. Quadro ‘A Coroação de Napoleão‘, de Jacques Louis David; 12. Quadro ‘A Liberdade Guiando o Povo‘, de Eugène Delacroix; 13.  Escultura ‘Escriba Sentado‘;  14. Quadro ‘Gabrielle d’Estrées e Uma de Suas Irmãs‘, de Pomarède Vincent; 15 .Quadro ‘A Rendeira‘, de Johannes Vermeer; 16. Quadro ‘Retrato de Luís XIV‘, de Hyacinthe Rigaud; 17. Fundações do Louvre medieval; 18. Grande Esfinge de Tanis; 19. Escultura ‘Cavalos de Marly.