Cultura

FESTIVAL RADIOCA TEM RUSSO PASSAPUSSO HOY NA FÁBRICA CULTURAL, RIBEIRA

Ontem teve Otto, Ilê Aiyê, Alessandra Leão, Luísa e os Alquimistas, A Trupe Poligodélica e Ana Barroso foram as atrações do evento
Tasso Franco , Salvador | 13/11/2022 às 11:38
Luis e os Alquimistas do RN
Foto: Rafael Passos

O primeiro dia do 6º Festival Radioca teve sotaque: não aquele que se presume unificar as identidades nordestinas, mas justamente o que ressoa ao mundo reafirmando a potência musical desta região do Brasil. No sábado, 12 de novembro, o evento acolheu em seus dois palcos, na Fábrica Cultural, no bairro da Ribeira, em Salvador, seis shows de artistas e bandas do Nordeste, num dia de diversidade, belas performances e plateia comovida.

A programação começou com a baiana Ana Barroso, nascida em Vitória da Conquista, criada em Jequié e radicada em Salvador, vestida com o mapa do Nordeste grandioso em suas costas, apresentando seu cancioneiro contemporâneo. Com o repertório de seu primeiro disco, “Cisco no Olho” (2021), Ana impressiona pela beleza da voz, desenvoltura em palco e canções para apreciar com atenção. A artista também prestou uma homenagem a Gal Costa, uma de suas referências, cantando “Minha voz, minha vida”.

Em seguida, A Trupe Poligodélica, com raízes no Vale do São Francisco, entre Bahia e Pernambuco, mostrou sua sonoridade influenciada por várias vertentes da música popular e pitadas de psicodelia. Destaque para o single “Portelinha”, lançado este mês, e para a performance do vocalista, Fatel.

De Natal, no Rio Grande do Norte, Luísa e os Alquimistas chegaram para botar o público para dançar e ir ao delírio, no primeiro show da banda em Salvador. Com o recém-lançado álbum “Elixir”, mostraram sua música pop altamente brasileira: batidão eletrônico da música urbana nordestina misturado com dub, dancehall, reggaeton, rap, zouk e R&B.

Depois foi a vez de Alessandra Leão, num show-ritual inebriante, daqueles que hipnotizam a plateia em atenção plena. A pernambucana, que tem 25 anos de carreira, apresentou seu mais recente disco, “ACESA” (2021), pela primeira vez na capital baiana, partindo de uma formação percussiva, com uma cama de sintetizadores e programações pensados a partir dos sopros das cirandas e do maracatu de baque solto.

Então foi a hora do bloco afro mais antigo da Bahia, o mais belo dos belos: Ilê Aiyê. Todos os anos, o Radioca inclui em sua curadoria um nome de referência essencial para a música brasileira, dividindo espaço com novidades muitas vezes por ele influenciadas. Momento catártico e inesquecível de cores, tambores, dança e expressão da afrobaianidade.

Fechando o line, o pernambucano Otto matou as saudades da Bahia com show inédito na cidade do seu sétimo álbum, “Canicule Sauvage” (2022). Além das músicas novas, sucessos de sua carreira de quase 30 anos botaram o público para cantar junto e entrar em sintonia com a presença sempre impactante do artista em palco.

 Neste domingo, 13 de novembro, novamente a partir das 14h30, o 6º Festival Radioca tem seu segundo e último dia, com shows de Russo Passapusso e Antonio Carlos & Jocafi, Zé Manoel, Mariana Aydar, Bixarte, Ana Frango Elétrico e BAGUM & Vandal (BA). Ingressos estão à venda em www.ingressolive.com/6o-festival-radioca.

Realizado pela Tropicasa Produções, o 6º Festival Radioca é apresentado por Devassa, a cerveja puro malte refrescante feita com maltes 100% naturais, e Estado da Bahia, com patrocínio de Devassa, da Oi e do Governo do Estado, através do Fazcultura, Secretaria de Cultura e Secretaria da Fazenda. Conta com o apoio cultural do Oi Futuro e Labsonica.