Cultura

EMPURRADO PELA TORCIDA VITÓRIA SE CLASSIFICA AO VENCER BRASIL POR 3X1

ZedeJesusBarreto comenta a sofrida classificação do Vitória com o torcedor apoiando o time até o final
ZédeJesusBarrêto ,  Salvador | 13/08/2022 às 19:44
A torcida lotou o Barradão
Foto: Mauricia da Mata ECV
   

  Com o apoio empolgante da torcida e um bom trabalho de vestiário do treinador Burse, o Vitória venceu (3 x 1) o Brasil de Pelotas e está classificado para a fase decisiva da competição, no G-8, em 7º lugar, com 29 pontos. Um segundo tempo superior, convincente, com muita garra, como o torcedor gosta. 

 Uma festa emocionante no final, jogadores e torcedores, muitas lágrimas, desabafos, e a noite de sábado pintada em vermelho e preto. Um momento pra não esquecer, um dia histórico, sem dúvida.

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 Com os resultados, o Rubro-negro baiano se encaixou no Grupo B, que tem Paissandu, ABC e Figueirense. São jogos lá e cá e apenas dois se classificam para a série B. No grupo A, Mirassol, Volta Redonda, Botafogo de Ribeirão Preto e Aparecidense.

 Outra fase, outro patamar, outro tipo de competição, jogos mais que decisivos, o foco agora é o retorno à Série B /2023.     

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 No Barradão

- Casa cheia, arquibancadas lotadas (cerca de 30 mil presentes), toda a área próxima do estádio engarrafada desde o começo da tarde, uma multidão fazendo a festa rubro-negra. Um entardecer de sábado com nuvens pesadas nos céus, chuvinha invernosa, vento frio. Mas ... quenturas, animação total, fé e festa. Muita gente também fora dos portões, acompanhando, vibrando, barulhando.

 - O jogo mais importante do Leão na temporada. Uma ‘decisão’ contra o esforçado Brasil de Pelotas (nas rabeiras da competição, lutando pra escapar de rebaixamento), valendo classificação para a segunda fase da competição, aquela que definirá os quatro times que sobem para a Série B/2023. 

- Oito apenas passam para a fase seguinte. Seis já estão dentro: - Mirassol, Paissandu, ABC, Figueirense, Volta Redonda e Botafogo de Ribeirão Preto. Sobravam, pois, duas vagas, disputadas por quatro times: - Vitória, Remo, Aparecidense (26 pontos), e Ipiranga (25 pontos)... embolados em pontuação.  

 - Todos os jogos da rodada derradeira da fase de classificação acontecendo no mesmo horário, pra não ter canganchas e armações.

 -  O Leão de vermelho e preto, tradicional; o time de Pelotas de branco.  

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   Com bola rolando...

   Também precisando vencer para evitar um rebaixamento para série D, os gaúchos não vieram atrás. O jogo começou animado e aberto, lá e cá. Nervosismo e afobação. O Vitória indo inteiro pro ataque, às vezes deixando a defesa aberta, vulnerável aos contragolpes. Até os 20’, nenhuma chance clara de gol. A bola queimando nos pés de alguns jogadores rubro-negros. Equilíbrio de ações.

 - Aos 25’, Carvalheiira teve a primeira chance de abrir o marcador; Yuri salvou o gol, espalmando a escanteio o tiro certeiro do gaúcho, de dentro da área.

- Gol ! 1 x 0 Vitória, aos 32 minutos. Bola alçada com perfeição na área por Eduardo, cobrando falta, Marco Antonio testou firme, de cima pra baixo, enviesado, e abriu o placar, quando o time de Pelotas parecia mais assentado, melhor. As arquibancadas explodiram.

  Quem sabe o gol acalmaria um pouco os rubro-negros e abriria a cancela dos gaúchos? O jogo ficou mais pegado e os visitantes foram pra cima, em busca do empate. Aos 40’, nova bola alçada, Rafinha tentou de cabeça, nas mãos do goleiro. Aos 43’, num vacilo da zaga e do goleiro Yuri, quase o Brasil de Pelotas empatou.

 Um primeiro tempo igual e muita precipitação, de lado a lado, tecnicamente fraco, mas um placar (1 x 0) que, naquele instante, classificaria o Vitória. Eduardo foi o melhor, mais consciente. Marco Antonio fez o gol. Yuri fez duas boas defesas.

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 O Leão voltou do vestiário com apetite, sufocando, buscando o segundo, empurrado pela torcida. Um time em campo mais assentado, mais calmo, com o domínio das ações. Os gaúchos pareciam meio perdidos. Na pressão ...

 - Gol ! 2 x 0 Vitória, aos 8 min. Rafinha, completando, de frente, um bom contragolpe puxado pelo próprio Rafinha e Tréllez.

  O Rubro-negro não arrefeceu, continuou em cima. Aos 13’, Tréllez desperdiçou boa chance de ampliar. Dois minutos depois, Dionísio chutou de frente, raspando. Por volta dos 20’, o treinador João Burse fez substituições,

 - Gol! 2 x 1 - Brasil de Pelotas, aos 25 minutos. Kal, escorando escanteio, de carrinho na pequena área, depois de cochilo pelo alto da zaga baiana.

 Não demorou muito ...

  - Gol! 3 x 1 Vitória, aos 30’. Novamente o jovem zagueiro Marco Antonio, escorando de cabeça um escanteio bem cobrado por Alemão, da direita.

  Aliviou. Loucura na torcida. Aos 45’, o goleiro Yuri fez ótima defesa em cobrança de falta dos gaúchos.

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Destaques

  Eduardo, Dionísio (senhor do meio campo) e Rafinha jogaram muito. O menino Marco Antonio, nascido na Gameleira/Itaparica, cria da base, fez dois gols, foi decisivo. O goleiro Yuri entrou numa fria e saiu-se bem.

 O excelente trabalho do treinador João Burse, fundamental na classificação. E a torcida, empolgante.

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 - O treinador João Burse escalou: Yuri, Alemão, Allan Santos, Marco Antonio, Sanches (Iuri); João Pedro, Eduardo (Honório), Dionísio (Ze Vitor); Luidy (Roberto), Tréllez, Rafinha (Ítalo).

 - Brasil de Pelotas/RS: Otávio, Marcelinho, Gabriel Peres, Rafael Castro e Gabriel Gomes; Sabino, Kal e R. Carvalheira; Biel, Iago Santos e Wilson Jr (Mateusinho, Jonathan, Pirambu, Igor SIlva... )  

 - Árbitro de São Paulo, sem VAR: Douglas Marques das Flores.

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 Outros jogos da rodada que interessavam:

 - Botafogo/SP 2 x 1 Remo; Aparecidense 1 x 0 Botafogo/PB; Ferroviário 1 X 2 Ipiranga

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 Pela Série B, o Bahia volta a campo na noite de terça-feira, no Sul, contra o Londrina. O jogo é no Estádio do Café, às 20h30.  Jogo duríssimo, parada difícil.


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 PS:

 Camus escreveu que o jogo de bola, o futebol, mesmo que seja um baba (uma pelada de quintal) é um teatro onde a humanidade aflora com tudo o que há de alegria e tragédia, de brinquedo e disputa nesse existir efêmero.

Em campo, a bola ensina, reina e rege os movimentos, os sentimentos com sua magia de deusa. No jogo de bola está todo o drama da carne humana, o riso e o choro. O absurdo inexplicável do viver. E do morrer.