Cultura

TÚMULO DE MARCEL PROUST EM PARIS É MODESTO PARA GRANDEZA DO AUTOR (TF)

Proust é considerado um dos maiores escritores da França, inicio do século XX
Tasso Franco , Salvador | 19/07/2022 às 06:36
TF na visita a tumba de Marcel Proust
Foto: OG
     Ainda sobre personalidades dos mundos da música e da literatura sepultados no Cemitério Père-Lachaise, Paris, visitamos também os túmulos do escritor Valentin Louis Georges Marcel Proust autor da obra "Em Busca do Tempo Perdido", publicada em 7 volumes entre 1913 e 1927 (Prost faleceu em 1922, Paris); e do roqueiro James Douglas Morrison (conhecido como Jim Morrison) cantor, compositor e poeta norte-americano, vocalista da banda de rock The Doors, nascido na Flórida, em 1943; e falecido em Paris, 1971, aos 28 anos de idade quando fazia grande sucesso.
 
     Vamos por parte: primeiro falaremos de Marcel Proust que considero meu preferido autor francês, de complexa interpretação porque traz em sua escrita aparentemente simples análises profundas sobre a realidade da vida europeia no inicio do século XX. Imagina-se, pois, o choque isso representou numa sociedade provinciana, onde aconteciam as coisas - encontros amorosos encubados e outros - visto, então, à luz de um novo foco.

    Proust foi um intelectual refinado e recluso em si mesmo. Quando jovem frequentou a École Libre des Sciences Politiques cursos de Albert Sorel e Anatole Leroy-Beaulieu; e na Sorbonne os de Henri Bergson (1859-1941) cuja influência sobre a sua obra será essencial.
   
   Em 1904, publicou várias traduções do crítico de arte inglesa John Ruskin (1819-1900). Paralelamente a artigos que relatam a vida mundana publicados nos grandes jornais (entre os quais Le Figaro). Sua obra principal, "Em Busca do Tempo Perdido" - o primeiro volume editado à custa do autor ; no segundo volume À Sombra das Raparigas em Flor" recebeu em 1919 o prêmio Goncourt; e em Sodoma e Gomorra aborda o tema da homossexualidade. Faleceu esgotado, acometido por uma bronquite mal cuidada.
  
   A obra de Proust, portanto, se resume a um livro base "Em Busca do Tempo Perdido" dividido em 7 partes: Em Busca do Tempo Perdido: No Caminho de Swann (Grasset, 1913) Parte 1: Combray; Parte 2: Um Amor de Swann - no original Un amour de Swann; Parte 3: Nome de Terras: o Nome À Sombra das Raparigas em Flor, (NRF, 1918, prix Goncourt); Parte 1: Em Torno da Sra. Swann; Parte 2: Nome de Terras: a Terra; O Caminho de Guermantes (NRF, 1921-1922); Sodoma e Gomorra (NRF, 1922-1923) A Prisioneira (NRF, 1923) A Fugitiva ou (Albertine Desaparecida, 1925) O Tempo Redescoberto (NRF, 1927)
   
    Para entender o autor é preciso ler todos esses volumes no Brasil publicados pela Nova Fronteira com suas interpretações familiares desde Combray até Sodoma e Gamorra, na sua fase de amadurecimento, se é que podemos chamar assim, pois, morreu aos 51 anos de idade. 

    Era um homossexual assumido tratando o assunto de forma aberta e com detalhes, o que representou um pioneirismo na Paris no inicio do século XX.
   
   A TUMBA
  
   Imaginei que sua tumba em Père-Lachaise (pela importância do escritor) fosse algo mais destacada ou até majestosa. Mas, pelo contrário é modesta, em granito preto de baixo relevo, com inscrição apenas do seu nome e a data do nascimento e falecimento. 

   Quando da minha visita (17 julho 2022) três caqueiros mal cuidados (vide foto) com plantas ornamentavam o local. É, no entanto, um dos túmulos mais visitados por pessoas de média idade e idosos seus leitores e admiradores como eu. (TF)