Cultura

LISBOA, CAP 22: TEJO É PRAIA DOS PORTUGUESES; MARQUÊS É DOS AFRICANOS

São pedacinhos da vida de Lisboa, a encantadora capital de Portugal
Tasso Franco , Lisboa | 13/07/2022 às 09:00
Domingo à beira do Rio Tejo programa integral
Foto: BJÁ
       Dois mundos diferentes e assemelhados: em Salvador, verão, a praia é o principal local de lazer gratuito da cidade e frequentada por milhares de pessoas; em Lisboa, inverno, a beira do Rio Tejo é o principal local de lazer gratuito da cidade e frequentado também por milhares de pessoas. A diferença é que, os trajes são a sunga e o biquini, em Salvador; e em Lisboa, roupas pesadas para se proteger do frio.

   São, portanto, duas situações bem peculiares em duas cidades mãe e filha distantes uma da outra por 8h de voo com comportamentos que são diferenciados pela temperatura. Mas, a maneira de praticar o lazer gratuito aos domingos é assemelhada. Em Salvador, bebe-se chope e cerveja gelada para apaziguar o calor; e em Lisboa, ginja e vinho para aquecer o corpo.

   Tanto em Salvador quanto em Lisboa pode-se passear de barcos e lanchas percorrendo a Baía de Todos os Santos e a desembocadura do Tejo a partir do Restelo. São passeios belíssimos onde se podem contemplar as duas cidades, uma vista a partir do mar; e a outra a partir do rio. O Tejo, em determinado ponto, parece um mar. O Mar da Palha é uma grande bacia no estuário do Rio Tejo próximo da sua foz, que no seu ponto mais largo atinge 23 km de largura. 

   É domingo e passear nessas duas cidades faz parte da vida de ambas. Um privilégio porque nem toda grande cidade tem mar e/ou rio. E já que a natureza nos proporcinou esses acidentes geográficos vamos curti-los. 
   
   LAÇOS:  Outro ponto de semelhança entre Lisboa e Salvador está nos locais de concentração das comunidades afrodescentes, em Salvador, basicamente no Pelourinho; e em Lisboa, num largo próximo a Marques de Pombal e ao Mercado da Figueira (vide foto). A diferença é que, em Lisboa, há muitos africanos ainda de origem naturais de Angola, Moçambique e Cabo Verde, ex-colônias de Portugal e que vivem e trabalham na cidade; e também uma comunidade imensa de indianos e paquistaneses que controlam as lojas de souvenirs.

  Os africanos - em geral - trabalham na construção civil - são excelente armadores de estruturas em ferro - e Lisboa, no momento, está com o mercado aquecido e dezenas de gruas são vistas na cidade olhando-se das 7 colinas onde se tem uma visão mais ampla da cidade.

  Aos domingos - em especial - os africanos se concentram nessa área que vai das praças Marques de Pombal ao Largo da Figueira para a troca de informações, relatos de suas vidas, paqueras, coisas do dia a dia, apresentações musicais de rua e assim por diante; como acontece em Salvador com os afrodescendentes que frequentam o Cravinho no Terreiro de Jesus, a Cantina da Lua, os ensaios do Olodum e do Cortejo Afro, as promoções do Badá e os restaurantes com comidas afrobaianoas, o Ó Paí Ó, o Feijão de Alaíde, o Achego, o Ponto do Vital e outros.

   São semelhanças entre as cidades mãe e filha, ambas abençoadas pela natureza, a Baía de Todos os Santos e o Rio Tejo.