Cultura

MOULIN ROUGE DE PARIS SEGUE COMO GRANDE ATRAÇÃO MESMO POR FORA (TF)

Um cabaré centenário que virou grande atração turística em Paris mesmo para uma visita de sua fachada
Tasso Franco , Paris | 11/07/2022 às 05:27
Milhares de turistas visitam a fachada do Moinho Vermelho
Foto: BJÁ
     Por que o cabaré Moulin Rouge (Moinho Vermelho) ainda é uma atração turística tão relevante, em Paris, bairro Pigale, mesmo para quem não vai assistir aos espetáculos encenados todas as noites? 

    Essa é uma questão interessante porque a casa de shows can-can tem mais de 120 anos de existência e segue atraindo turistas para visitá-la mesmo por fora - tirar fotos e produzir videos - e é beneficiada por sua posição estratégia no Boulevard de Clichy, 82, a meio caminho da Basílica da Sacre Coeur que é o templo católico mais visitando na cidade. 

   Parece até uma incoerência visitar um templo católico e passar por um templo profano embora haja uma estação de metrô Abbesses mais próxima da Sacre Coeur fora da rota do Moulin Rouge. 

    Mas, é sempre bom unir o útil ao agradável e não há pecado na linha do Equador em olhar um templo profano e até assistir um espetáculo no Moulin daí que muitas pessoas preferem usar a estação do metrô Pigale, andar pelo Boulevard Clichy com inúmeras casas de massagens, shows sex, sex-shop, saunas, bistrôs e outras até o Moinho Vermelho e depois é só subir uma ladeira que se chega a basílica.

   O Moulin Rouge foi construído em 1889 por Josep Oller, que já era proprietário anteriormente do Paris Olympia. É famoso e glamuroso pela inclusão no terraço do seu edifício de um grande moinho vermelho. Muigto criativo para a época e ainda hoje o é. Segue, pois, com a mesma fachada secular.

    Trata-se de um símbolo emblemático da noite parisiense com muita história (e haja casos) ligadas à boemia. Já tive oportunidade de assistir um show no Moulin na década de 1990. Hoje, o espetáculo custa sem jantar 100 euros e com jantar 190 euros, mas pode alcançar até 400 euros, a depender do que deseja o cliente. É ilimitado o que se gasta no Moulin diante dos preços das champagnes e dos souvenirs da casa. Cada pessoa sabe do poder do seu bolso.

   Portanto, ha mais de cem anos que o Moulin Rouge é lugar de "visita obrigatória". Recentemente estivemos por lá (yo, la madame Bião, filho e nora) a caminho da Sacre Coeur e a oportunidade de conhecer o Boulevard de Clichy. É uma festa dia e noite. Uma quantidade imensa de turistas e de nativos desfrutando o que o boulevard oferece em diversão e prazer ou mesmo apenas só observando que é o que a maioria faz. 

   A palavra cabaré - tipica de Belle Époque do século XIX - está em desuso não só em Paris, mas, em todo mundo Ocidental, uma vez que o Moulin foi imitado e reproduzido em várias cidades do Ocidente, até na América do Sul, com seus clubes de variedades.

  O Moulin parisiente foi retratado, cantado e poetizado por vários artistas e escritores e sua tela mais famosa é de Henri de Toulouse-Lautrec mostrando cenas com as bailarinas e clientes. Sua grande estrela - segundo registros da casa - foi a senhora Mistinguett.

 BAIRRO PIGALE

O popular bairro Pigalle é famoso por suas luzes vermelhas iluminadas a néon e pela vida noturna eclética, desde o cabaret Moulin Rouge do século XIX a bares de cocktails glamorosos. A sul do Boulevard de Clichy, bistros contemporâneos dão lugar a imponentes edifícios neoclássicos do século XIX que valeram à zona o apelido de Nouvelle Athènes (Nova Atenas). Os museus de arte notáveis incluem o Musée National Gustave Moreau e o Musée de la Vie Romantique. 

O Boulevard de Clichy dá nome à Place de Clichy, resultado da fusão, em 1864, das estradas paralelas ao Muro dos Lavradores-Geral, por dentro e por fora. Estende-se da Place de Clichy até a Rue des Martyrs, a quase um quilômetro de distância. Durante seu mandato, a rua foi conhecida como Boulevard des Martyrs, depois Boulevard Pigalle e, finalmente, Boulevard de Clichy. É

Edifícios notáveis ​​no Boulevard de Clichy: No. 6, Boulevard de Clichy: O pintor Edgar Degas viveu e morreu aos 83 anos; Nº 11: casa que foi ocupada por Théophile Delcassé, durante muitos anos o ministro das Relações Exteriores da França, e também foi o quarto alugado de muitos artistas, entre eles Pablo Picasso em 1909; Nº 12: Este foi o estúdio do pintor francês William Didier-Pouget, e o pied-à-terre, em 1910, do pintor Francis Tattegrain.

Nº 53: Localização dos antigos cabarés Le Ciel e L'Enfer; Nº 62: Local do Café du Tambourin, restaurante de Agostina Segatori associado a Vincent van Gogh e outros pintore; No. 65: O pintor Jean-Léon Gérôme teve seu estúdio aqui de 1884 a 1900; Henri de Toulouse-Lautrec também pode ter morado no prédio em algum momento. A Capela de Santa Rita ocupa o piso térreo desde 1956.

Nº 68: segunda e última casa do antigo cabaré Le Chat noir (O ​​Gato Preto), que originalmente abriu na esquina do 84 Boulevard Rouchechouart; Nº 72: Museu do Erotismo; Nº 82: A partir de 1889, foi aqui que o Moulin-Rouge (Moinho Vermelho), a casa do Can-can, abriu as suas portas. Foi fundada por Joseph Oller.
No. 100: Agora o Théâtre des Deux Ânes (Teatro Dois Burros), este edifício já foi o cabaré conhecido como Cabaret des Truands (Cabaret of Truants).