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Da Redação , Salvador |
21/04/2019 às 06:06
Igreja foi parcialmente destruída pelo fogo
Foto: Monte Santo Net
Não existe comparação entre as igreja de Notre – Drame em Paris e Monte Santo no Sertão da Bahia, a de Paris com 850 anos e a de Monte Santo mais de 100, a primeira conhecida no mundo inteiro, enquanto a outra embora tenha sido cenário de filmes da Globo e ter ficado conhecida não é tão badalada Brasil afora, mas muitos nordestinos a conhece principalmente os romeiros. Ambas foram parcialmente destruídas pelo fogo: Notre-Dame na tarde de segunda-feira, 15, e a de Monte Santo, na madrugada deste sábado, 20.
Guardada as devidas proporções, a representatividade da Igreja de Senhor dos Passos em Monte Santo pode seguramente dizer que é a Notre-Dame do Sertão. Assim como o mundo parou assistir com pesar o fogo consumindo a Igreja de Notre-Dame, em Monte Santo a população se envolveu na tentativa de salvar as imagens sacras, enquanto outros usavam um caminhão pipa e os que estava de longe torciam para que o fogo fosse apagado sem provocar maiores destruições.
A igreja é o ponto de partida de um tradicional percurso romeiro do município em direção ao Santuário de Monte Santo. Com cerca de dois quilômetros de extensão, a caminhada sobe o Monte Alto e perpassa 25 capelas, com final na Capela de Santa Cruz. O conjunto “arquitetônico, urbanístico, natural e paisagístico” desse percurso é tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) desde 1983.
O município também foi sede de importantes acontecimentos históricos. Segundo o Iphan, registros históricos indicam que Antônio Vicente Mendes Maciel, o Antônio Conselheiro, esteve em Monte Santo por volta de 1892, onde realizou reparos e melhorias na via sacra, acompanhado por milhares de seguidores. Cinco anos depois, ele retornou à região, tornando-a uma base militar durante a Guerra de Canudos.
Localizado no nordeste baiano, Monte Santo também é conhecido por ter sido o local onde foi encontrado o meteorito Bendegó em 1784. O artefato foi levado em 1887 para o Museu Nacional, tendo resistido ao incêndio que atingiu a edificação.