Cultura

EUA param para homenagear os 50 anos da morte de Martin Luther King

EUA param para homenagear os 50 anos da morte de Martin Luther King
Nara Franco , RJ | 05/04/2018 às 00:00
MLK
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Em diversas cidades e estados dos Estados Unidos houve homenagens aos 50 anos da morte do ativista Martin Luther King, ícone da luta pacifista contra as desigualdades raciais. King foi assassinado em Memphis, Tennessee, por um supremacista branco.

Cinquenta anos depois de sua morte, multidões foram às ruas para homenageá-lo: em Washington, ao redor da estátua de seu memorial no Mall, pela manhã, e diante do motel Lorraine de Memphis, depois transformado em museu, na hora exata em que foi executado.

"A forma mais autêntica de honrar meu pai é se comprometendo para criar um mundo mais justo, pacífico e humano. Que as declarações coincidam com os esforços deliberados para erradicar a pobreza, o militarismo e o racismo", tuitou Bernice King, que participou das cerimônias em Atlanta (Geórgia), cidade natal de MLK.

Perseguido pela Polícia ao longo de toda sua carreira política, o defensor da justiça racial e da não violência é, agora, celebrado com um feriado nos Estados Unidos no dia de seu aniversário, em 15 de janeiro de 1929.

"Ainda que ele tenha sido tirado dessa Terra de maneira injusta, ele nos deixou como legado a justiça e a paz", declarou o presidente Donald Trump em uma proclamação oficial por ocasião de seu 50º aniversário.

"Temos de aspirar, ativamente, a tornar possível o sonho de vivermos juntos enquanto um único povo com um objetivo comum", acrescentou o presidente republicano, acusado de incitar a extrema direita americana, ao multiplicar as investidas contra os imigrantes.

Trump ressaltou que, como um povo unido, os americanos devem observar a missão de vida de King, denunciando o racismo, a crueldade e todas as coisas que buscam dividir a população.

Além disso, Trump comparou o reverendo assassinado com o ex-presidente Abraham Lincoln, também vítima de homicídio, que “buscou erradicar as divisões sem sentido de hierarquias raciais quando decretou a Proclamação de Emancipação, em 1863”.

“Pouco mais de 100 anos depois, King continuou o esforço e chamou os americanos a rejeitar os desagradáveis impulsos e preconceitos, e a reconhecer a beleza e a humanidade de todas as pessoas, sem levar em conta a cor da sua pele”, completou Trump.

O presidente foi muito criticado pela fraqueza em relação à violência racional, especialmente pelos fatos ocorridos no ano passado em Charlottesville, onde, após uma manifestação da extrema direita, um homem jogou um carro contra um protesto antifascismo matando uma mulher e deixando 20 feridos.

Na época, Trump disse que havia “pessoas ruins dos dois lados”.

Promotor de leis fundamentais para os afro-americanos, como a Lei de Direitos Civis (1964) e a Lei de Direito ao Voto (1965), King foi baleado em 1968 em um hotel de Memphis por um franco-atirador.

Martin Luther King ficou famoso pelo discurso que fez em 1963 em Washington, que começava com um emblemático "Eu tenho um sonho" e que descreve seu anseio por igualdade racial no país, e por defender direitos eleitorais iguais para todos os americanos.

Em um de seus pronunciamentos, em 1957, Luther King afirmou: "Deem-nos as urnas, e nós preencheremos os corredores legislativos com homens de boa vontade".