Cultura

Salvaguarda de Terreiros será discutida amanhã (4) em Maragojipe

O dirigente estadual destaca que a ação foi inédita e visa contemplar as celebrações
Ascom Ipac , Salvador | 03/08/2017 às 15:00
O Terreiro Ilê Axé Alabaxé, em Maragojipe, vai sediar amanhã, às 11h, uma discussão sobre a Salvaguarda de Terreiros de Candomblé no município. Equipe de especialistas do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (IPAC) participa. Vinculado à Secretaria de Cultura (SecultBa), o IPAC coordena a política de proteção aos bens culturais baianos, sejam materiais ou imateriais. “O IPAC é referência no Brasil já que foi o primeiro ente público do país a propor uma proteção diferenciada para terreiros de candomblé com a criação do Registro Especial”, afirma o diretor geral do IPAC, João Carlos de Oliveira, que também estará no encontro.
 
O dirigente estadual destaca que a ação foi inédita e visa contemplar as celebrações, eventos, saberes, modos de fazer, expressões lúdicas e turísticas. “Isso inclui também os espaços destinados às práticas coletivas, como os terreiros de candomblé”, diz. Ele lembra que, ao receber tombamento ou registro, o bem cultural tem prioridade nas linhas de apoio financeiro, sejam elas municipais, estaduais, federais ou até internacionais.
 
AUDIÊNCIA PÚBLICA – No turno da tarde, a partir das 14h, o IPAC fará audiência pública na Fundação Vovó do Mangue, localizada na Praça Conselheiro Rebouças, na cidade de Maragojipe, para discutir e atender demandas do município. Segundo Rutiléia Campos, uma das organizadoras do evento, um dos temas da audiência será a cultura e o turismo como vetores de desenvolvimento. “Também faremos o pedido de estudos que podem subsidiar a patrimonialização da Festa de São Bartolomeu”, ressalta ela.
 
O diretor de Preservação do Patrimônio do IPAC, Roberto Pellegrino, da equipe do IPAC no evento, destaca a reavaliação do Carnaval de Maragojipe. “Trata-se de obediência legal”, explica Pellegrino. Segundo ele, a Lei estadual nº 8.895/2003 (regulamentada Dec.nº1039/2006) determina no Capítulo V, no Artigo 41, que os Bens Intangíveis protegidos pelo Registro Especial sejam documentados de cinco em cinco anos. “Para o título ser renovado, é necessário verificar se a manifestação mantém as características singulares que a fizeram um Patrimônio Imaterial da Bahia”, explica Pellegrino. Assim, no Carnaval de 2018, técnicos do IPAC farão novo levantamento da festa.
 
LIVROS, VÍDEOS e MUSEUS – O Terreiro Ilê Axé Alabaxé é tombado pelo IPAC desde 2005, através do decreto nº 9.744/05. Localizado a 158 km de Salvador, Maragojipe é um dos expoentes culturais do Recôncavo. Com 450 km², detém edificações do início do século XX e bens culturais intangíveis como as tradições afro-brasileiras e indígenas ainda vivas em terreiros de candomblé, nas músicas, culinária local e no rico artesanato em cerâmica, entre outras referências de usos e costumes.
 
O centenário Carnaval de Maragojipe, patrimonializado pelo Ipac em 2009, através do decreto nº11.449/09, é outra atração do município e foi tema do ‘Caderno do IPAC’: https://goo.gl/GzLGbN. Conheça os livros do IPAC: http://goo.gl/CDv6q3. Os Museus do IPAC: www.ipac.ba.gov.br/museus. Assista aos vídeos: http://bit.ly/2n1mrVZ. Acesse: www.ipac.ba.gov.br, facebook Ipacba Patrimônio, twitter @ipac_ba e instagram @ipac.ba. Participam da organização dos eventos, o Repensar Maragojipe, Associação dos Músicos Mascarados e Bandas Musicais da Bahia (Amma-BA) e Terreiro Ilê Axé Alabaxé.