Cultura

Maria Eunice Santos fala sobre nomes, lugares e sentidos do amor, MAB

Acontece dia 4 de agosto
Da Redação ,  Salvador | 28/07/2017 às 12:25
Maria Eunice Santos
Foto: Geraldo Moniz
               
A palestra ‘Nomes, Lugares e Sentidos do Amor’, com a psicanalista Maria Eunice Santos, será realizada na próxima sexta-feira (4), às 18h, no Museu de Arte da Bahia (MAB – Av. Sete de Setembro, 2340, Corredor da Vitória, tel. 71 3117-6902), integrando o projeto ‘Diálogos Contemporâneos’ do museu. “Estamos operando os mesmos deslocamentos, metonímias e metáforas que estão nas clássicas formações do inconsciente como sonhos, atos falhos e sintomas, com o mesmo nível de opacidade e inesgotável perlaboração”, afirma a psicanalista.
 
Maria Eunice é membro do Espaço Brasileiro de Estudos Psicanalíticos e do Espace Analytique de Paris. O ‘Diálogos Contemporâneos’ foi idealizado pelo diretor do MAB, Pedro Arcanjo, em maio de 2015 com objetivo da produção artística dialogar com sociedade e outras áreas linguagens e áreas de conhecimento. “O projeto é fazer com que as pessoas venham para ao museu, ocupem esse espaço que preserva o passado, discutam o presente e apontem perspectivas para o futuro”, diz Arcanjo. O MAB é um dos museus do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (IPAC) da Secretaria de Cultura (SecultBa).
 
AMOR-SEXUALIDADE – Para a psicanalista Maria Eunice, existe uma educação bem diferente na história para a sexualidade e o amor das mulheres e dos homens. “Há uma luta constante para se quebrar estes paradigmas, mas só pequena percentagem consegue. A maioria vive sob sua égide”, diz a coordenadora do Espaço Psicanalítico Interdisciplinar de Salvador, onde forma grupos de estudos, faz seminários e dá supervisões em questões contemporâneas do psiquismo.
 
Ela cita o filósofo Henry Corbin, que escreveu sobre como no ato sexual, em determinado momento da história, era indicado que o homem fosse rápido, ereto e ejaculador precoce na relação com a mulher. “Nada de excitá-la muito, nem produzir desejos; o negócio era procriar. Não é a toa que as mulheres se tornavam frígidas e fóbicas”, analisa. “Já tive o caso de um paciente que dizia que ‘as mulheres agora querem tudo, até gozar!’. Esse fato aconteceu há poucos anos e não no século passado. O homem era relativamente jovem, nos seus 40 anos”, aponta.
 
LITERATURA – Outro tópico a ser debatido será sobre como o amor aparece na literatura, nos comentários e nas músicas. “Geralmente aparece como algo incontornável, mesmo quando fracassa. É uma experiência fundante do humano, o território em que ele se faz e do qual se defende, porque é uma experiência constitutiva paradoxal: fortalecendo o ser que ama, ele o torna vulnerável”, completa a psicanalista.
 
Maria Eunice lembra que existem pessoas que pautam sua vida evitando o amor “nos seus excessos, estabelecendo mil acordos e estratégias para não sofrer a força dos seus imperativos. Ao amar, o homem esquece de si e o mais pobre se torna rico e o mais rico se torna pobre. Além das instituições que legislam sobre as relações de conjugalidade, o amor é ruptura com o esperado, fazendo acordo com o status quo para prover sua própria continuidade”, compara.
 
Já participaram do ‘Diálogos’, professores como Renato da Silveira, Antonio Saja, Cecília Hurley Griener, Nelson Pretto, Alejandra Munhoz, César Vitorino, Marcos Palácios e Messias Guimarães Bandeira, dentre outros. A gerente de Patrimônio Imaterial do IPAC, antropóloga Nívea Alves, também falou sobre a Festa de Santa Bárbara, ao lado da professora da Ufba, Edilece Couto. A mais recente foi a palestra com o do teólogo Leonardo Boff em maio. Conheça os museus do IPAC: www.ipac.ba.gov.br/museus. Assista aos vídeos: http://bit.ly/2n1mrVZ. Acesse: www.ipac.ba.gov.br, facebook Ipacba Patrimônio, twitter @ipac_ba e instagram @ipac.ba.