Cultura

PATRIMÔNIO IMATERIAL DA PROCISSÃO DO FOGARÉU: CEC analisa em 2017

Com Ipac informações
Da Redação , Salvador | 17/04/2017 às 19:04
Fiéis na Procissão do Fogaréu, Serrinha
Foto: IPAC
Até o final deste primeiro semestre (2017) o dossiê de pesquisa sobre a ‘Procissão do Fogaréu de Serrinha’ será entregue ao Conselho Estadual de Cultura da Bahia (CEC). Na semana santa (13 a 16), técnicos do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural (IPAC) estiveram mais uma vez na Procissão do Fogaréu na cidade que fica a cerca de 190 km de Salvador. A equipe foi composta por sociólogos, antropólogos, historiadores e fotógrafos. “Como é uma manifestação que acontece somente uma vez ao ano, na qual temos que realizar coberturas, entrevistas e levantamentos, o resultado demorou mais um pouco para finalizar neste semestre”, explica o diretor geral do IPAC, João Carlos de Oliveira.
 
A Semana Santa existe oficialmente desde o ano 325 d.C., a partir do Concílio de Niceia (atual İznik, Turquia). No Brasil, ela ocorre em várias cidades. Apesar de originalmente vir de datas pagãs, foram recriadas pela Igreja Católica como celebração da ‘paixão’, morte e ‘ressurreição’ de Jesus. Se inicia no Domingo de Ramos, que neste ano foi 9 de abril, até o domingo de Páscoa. “Ao longo dos séculos essa tradição assume aspectos religiosos a partir da cultura local, se tornando em alguns casos manifestações singulares que atraem turistas de todo o mundo, como nas cidades portuguesas e espanholas”, relata João Carlos. Em território nacional são destaques as cidades de Goiás e Minas Gerais neste segmento.  
 
PROCISSÃO – O ‘Fogaréu de Serrinha’ chama atenção de centenas de fiéis. Veículos de comunicação se deslocam para cobertura: https://goo.gl/JM3D0u. “Da programação se destaca o cortejo de pessoas com velas na mão que começa na igreja, percorre mais de 5 km das ruas da cidade e sobem o Morro de Nossa Senhora Sant’Ana, padroeira da cidade”, diz a gerente de Patrimônio Imaterial do IPAC, Nívea Alves, presente na manifestação. A procissão aconteceu na quinta (13), antecedendo a sexta-feira santa. “Os registros apontam a manifestação desde início da década de 1930”, completa o historiador do IPAC, Jaffé Vieira, integrante da equipe que esteve no Fogaréu.
 
O rito de Serrinha conta com o Registro Especial Provisório. Após a conclusão, o IPAC envia o dossiê para o CEC (www.conselhodecultura.ba.gov.br) – maior instância de cultura da Bahia – que o analisa e o repassa ao secretário de Cultura, seguindo depois para o governador do Estado que faz aprovação e determina publicação de decreto no Diário Oficial. Do governo estadual, estiveram presentes ainda, o assessor do Governador, Osni Cardoso, que foi prefeito por oito anos no município, o superintendente da SecultBA, Sandro Magalhães, e representando o diretor do IPAC, seu assessor de relações institucionais, André Reis.  
 
“Este pode ser um marco para uma possível Rota do Turismo Religioso na Bahia; também estudamos outras manifestações, como a Festa de Bom Jesus da Lapa que ocorre há mais de 300 anos na cidade de mesmo nome localizada próxima ao Rio São Francisco, no Oeste baiano”, finaliza o diretor do IPAC. Festas da Boa Morte, Santa Bárbara e Bembé do Mercado, além do Carnaval de Maragojipe e Desfile de Afoxés, são outras manifestações protegidas por decreto estadual através do IPAC. A partir desses dossiês o instituto cria publicações: https://goo.gl/sJ5ydg. O IPAC é responsável ainda pela política de museus da Bahia: www.ipac.ba.gov.br/museus. Assista aos vídeos: https://goo.gl/3hAPN8. Fique informado: www.ipac.ba.gov.br, facebook Ipacba Patrimônio, twitter @ipac_ba e instagram @ipac.patrimonio.