Aconteceu na sexta-feira
IPAC , da redação em Salvador |
11/02/2017 às 16:23
Saudação dos atabaques
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No dia em que Mãe Menininha do Gantois completaria 123 anos, foram os candomblecistas que receberam o presente. Com toques de atabaque, a cerimônia marcou o início das discussões entre adeptos e comunidade sobre o Projeto de Requalificação do memorial, que leva o nome da ialorixá considerada uma das maiores lideranças da religiosidade de matriz africana no Brasil. O encontro aconteceu no próprio Terreiro, e fez parte do plano museológico que vai guiar as atividades do local.
Contemplado no Edital Setorial de Museus 20/2016 do Governo do Estado, o Terreiro do Gantois passa atualmente por uma requalificação. O Projeto tem como objetivo a profissionalização do espaço, bem como a preservação de seu acervo e disseminação de suas informações ao público, e é formado por duas etapas de estruturação.
A primeira fase, destinada para formação do Plano Museológico, contará com a participação da comunidade para definir a missão e função social do Memorial Mãe Menininha. Além deste primeiro encontro, outros dois ainda estão programados nos próximos meses. O objetivo é reunir a comunidade do Gantois, a população do entorno e demais interessados no projeto, para discutir a contribuição do Museu para a sociedade. Para Mãe Carmem, atual dirigente do Terreiro do Gantois, o projeto vai ajudar na divulgação da religião de matriz africana e reforçar a luta por respeito.
“Este edital é muito bem vindo. Ajuda as pessoas que não conhecem a conhecer um pouco da nossa história. Pode desconstruir certas ideias preconceituosas . Nós somos um povo que contribuiu imensamente para a construção da nossa sociedade”, destacou a ialorixá.
Na segunda etapa do projeto, de documentação museológica, os objetos expostos no memorial serão medidos, fotografados, identificados e descritos, formando um catálogo que terá o suporte um sistema informatizado. Criado em 1992, o Memorial reúne mais de 500 peças referentes à história, objetos rituais, e pessoais de Mãe Menininha.
“Quando você digitaliza o acervo, dá a possibilidade do acervo ser visitado em qualquer lugar do mundo. Isso é muito interessante. Você joga essa imagem para o futuro”, afirma o diretor geral do Ipac, João Carlos Oliveira.