Cultura

ÁGUAS DE OXALÁ Campanha financia sequência do premiado filme Òrun Àiyé

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Lucas Figueredo , Salvador | 20/12/2016 às 10:58
Águas de Oxalá
Foto: Jamile Coelho
A campanha de financiamento coletivo de Òrun Àiyé: As Águas de Oxalá está chegando na reta final. Com argumento criado pelas diretoras Jamile Coelho e Cintia Maria, premiadas no Festival Internacional Brasil Stop Motion e 20º Florianópolis Audiovisual Mercosul, e roteiro de Iara Sydenstricker (TV Globinho e  Bambuluá), o filme conta a história de Luna, uma curiosa garotinha negra de oito anos que enfrenta dificuldades para encontrar livros sobre a mitologia africana, tema escolhido por ela para apresentar um trabalho na escola.

As contribuições dão direito a diferentes recompensas, variam de R$ 10 a R$ 5 mil e podem ser feitas até o dia 3 de janeiro de 2017, no Catarse (https://www.catarse.me/orunaiye).   “A nossa primeira meta é de R$ 50 mil e, com esse valor, vamos conseguir desenvolver o projeto com duração de cinco minutos”, explica a diretora Cíntia Maria.

“Òrun Àiyé - As Águas de Oxalá” tem duração total de 17 minutos e custo estimado em R$ 80 mil, segunda meta da campanha de financiamento. A campanha tem ainda uma terceira meta, conforme explica a diretora. “Se conseguirmos atingir a terceira meta, que é de R$ 120 mil, nós vamos conseguir fazer uma coisa muito importante, que é desenvolver os 17 minutos do projeto e fazer o lançamento do filme em 12 terreiros de candomblé de 12 estados diferentes do Brasil”.

A animação adotará um estilo de direção de arte próprio, mesclando diferentes técnicas de animação: computação gráfica, 2D, motion grafics, maquetes e 3D e marcará a volta da atriz Lea Garcia à Bahia após dez anos. A atriz empresta a voz para uma das personagens principais do curta-metragem que, na visão da dela, tem grande relevância para a cultura afro-brasileira e para a cultura do país de modo geral. “Esse filme é muito importante por trazermos uma temática que envolve não só a religião de matriz africana como também a literatura africana, resgatando a nossa ancestralidade ao falar dos nossos deuses. Foi um compromisso tão importante, que eu tremi nas bases”, conta.

O primeiro episódio de “Òrun Àiyé” já foi selecionado em 12 festivais em diversos países e ganhou os prêmios de Melhor Animação no Festival de Cinema Largo Film Awards, em Genebra, na Suíça, e Melhor Animação da Diáspora no Silicon Valley African Film Festival, no Vale do Silício, Estados Unidos.