Ninguém pode negar o quanto foi emocionante o episódio de eliminação de ontem do Masterchef Profissional Brasil, exibido pela Bandeirantes. A disputa final, com os competidores apresentando preparos especiais para ostras frescas foi empolgante, com pratos que entusiasmaram os renomados jurados e os telespectadores, tendo sagrado vencedor o que conseguiu melhor preservar o frescor do marisco.

 Se por um lado todos praticamente babavam com as ostras, os molhos exóticos e o suspense, o que me instigava era, sobretudo, qual seria o vinho que melhor harmonizaria com aquele momento.

Um Chardonnay caríssimo e nobre? Um Sauvignon Blanc frutado e tropicalizado? Um Alvarinho do Rias Bajas com toda sua salinidade? Não!!! Ostra fresca é comida praiana, despretensiosa e natural.

Pede frescor, descompromisso, preparos leves, onde menos é mais. Custo-benefício! 

Para mim, nada seria melhor que um Vinho Verde, bem gelado e com muitas agulhinhas, de preferência barato, para se beber no copo, como fazemos em Portugal.

Escolheria o Mau Maria 2014, que por coincidência pude pegar em minha providencial adega. O Mau Maria é um despretensioso vinho verde produzido pela Parras Wine a partir das castas Azal e Loureiro, com baixo teor alcoólico, maceração carbônica, quase um frisante, com aromas sutis de cítricos, frutas brancas e eventuais notas tropicas e baixa acidez.

 A delicada prensagem, a colheita ainda nas primeiras horas da manhã, tudo remete à ideia de que preservar o frescor do fruto foi o objetivo do enólogo Antônio Ventura, neste vinho não há de se falar em amargor, aspereza ou alta complexidade.

Os goles fluem naturalmente, abrindo espaço para ostras, sashimis ou ceviches peruanos e tudo mais em que o vinho não deve se sobrepor aos sabores delicados do alimento. 

Uma boa pedida para aquele momento do Master Chefe. Comi bem, lembrou o Chef Erick Jacquin "faltou um bom vinho"!